Moro foi cabo eleitoral de Bolsonaro e recebe ministério como prêmio, denuncia Pimenta

O líder do PT na Câmara, Paulo Pimenta (RS), denunciou hoje (1º) que a participação do “juiz”  Sérgio Moro no futuro governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro como ministro da Justiça e Segurança Pública mostrou de vez que o magistrado atuou como agente político ao perseguir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dirigentes do PT. “É um episódio gravíssimo que expõe o Judiciário em sua totalidade e descortina as relações subterrâneas dentro do esquema da Lava Jato em torno de um projeto de poder”, disse.

Segundo ele, Moro “foi cabo eleitoral de Bolsonaro e agora foi premiado com a escolha para ocupar um cargo no futuro governo”.  Pimenta afirmou que se trata de um “escândalo sem precedentes” que revela com toda a clareza a “politização da Operação Lava Jato em torno de um projeto fascista que levou Bolsonaro ao poder”.

Para o líder, é gravíssimo o fato de Moro ter vazado parte de delação do ex-ministro Antonio Palocci a uma semana antes do primeiro turno da eleição presidencial, num momento que já tinha sido contatado para ser ministro num eventual governo Bolsonaro, como informou o vice-presidente da chapa do capitão, general Hamilton Mourão.

Habeas Corpus – Esse fato junta-se a outros, como a mobilização de Moro para impedir o habeas corpus a Lula determinado por um desembargador plantonista do Tribunal Federal Regional 4, em julho último. “Moro estava em férias e atropelou desesperadamente o TRF-4, agiu como militante político para ter repercussão no processo eleitoral”, denunciou Pimenta.

Na análise de Pimenta, no episódio do HC Moro estava jogando o futuro político dele naquele momento e passou a perseguir o objetivo político de tirar Lula da corrida eleitoral, a qualquer custo, pois o ex-presidente seria o grande obstáculo para suas pretensões de poder. “Moro nunca teve isenção para julgar Lula ou dirigentes do PT, hoje ficou comprovado”

O partido tomará medidas judiciais para questionar todas as decisões do juiz Sérgio Moro envolvendo Lula e outros dirigentes do PT na Operação Lava Jato, segundo Pimenta. Para ele, todos os atos contra Lula e dirigentes do PT assinados por Moro estão sob suspeição e devem ser anulados.  Ele citou os diferentes vazamentos seletivos de Moro – publicados pela imprensa brasileira sem nenhum questionamento – e as condenações sem provas, como a de Lula, para comprovar a motivação política do magistrado.

Pimenta disse que a escolha de Moro por Bolsonaro mostra que o Poder Judiciário foi uma “peça fundamental e decisiva para um esquema perverso, sórdido, para tirar o Lula do caminho e evitar que ele retornasse ao poder pelo voto popular”. Segundo ele, “hoje, com a decisão de Moro de participar do futuro governo, o Judiciário do Brasil virou vergonha internacional”.

O líder lembrou que se os juízes italianos da Operação Mãos Limpas, que levou ao poder o direitista Silvio Berlusconi, tivessem aceitado um cargo no governo “estariam todos na cadeia”. Para Pimenta, a participação de Moro num projeto de governo neofascista é inconcebível do ponto de vista moral e ético. “A operação Mãos Limpas na Itália levou Berlusconi a governar a Itália. A Lava Jato levou Bolsonaro a ser eleito presidente. Mas os juízes e procuradores italianos tiveram pudor e não foram para o ministério de Berlusconi”, comparou Pimenta.

O parlamentar destacou que o PT vai implementar no Brasil e no exterior uma nova campanha de libertação do ex-presidente Lula.  Ele lembrou que Lula foi condenado sem provas por Moro e agora, com a decisão do juiz de virar ministro de Bolsonaro, ficou claro para o mundo todo sua parcialidade e ativismo político contra o ex-presidente.

Segundo Pimenta, juristas e acadêmicos de todo o mundo estão perplexos e estarrecidos da ligação de Moro com o projeto neofascista de Bolsonaro. “Ficou claro como o Judiciário e o Ministério Público Federal atuaram de forma sórdida nesse processo, como um braço político de um projeto de poder”.

Foto: Lula Marques

PT na Câmara

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