O Brasil vive um agravamento da crise política, financeira e ética. Foi assim que deputados do Partido dos Trabalhadores definiram nesta terça-feira (27) o momento vivido pelo País após a denúncia feita pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente ilegítimo Michel Temer, na última segunda-feira (26).
O deputado Marcon (PT-RS) lembrou que, pela primeira vez, um presidente da República foi denunciado no exercício do mandato. Neste caso específico, a partir das acusações feitas por Joesley Batista, um dos donos da JBS, que gravou conversas com Temer, travadas dentro da residência oficial. O deputado questionou qual será o posicionamento da Câmara sobre o grave episódio.
“Um presidente é denunciado pelo PGR, com aval da OAB e de toda a sociedade civil, por corrupção e essa Casa, que tanto falou e bravateou sobre o tema, como vai se manifestar? Acho que, chegou agora novamente a hora de cada um dos deputados dar nessa tribuna sua cara à tapa e dizer definitivamente de que lado está na sociedade e se é ou não contra a corrupção”, desafiou Marcon.
O deputado Luiz Couto (PT-PB), ao falar do caso na tribuna, dimensionou a gravidade das acusações feitas contra Temer. “O que estamos vendo é muito grave. É tão grave que nenhum governo na história deste país foi tão denunciado por corrupção como está sendo agora. Joesley Batista menciona à Revista Época o seguinte: o presidente não tinha cerimônia para pedir dinheiro e que Eduardo Cunha cobrava propina em nome de Temer.”
O deputado Padre João (PT-MG) reforçou para os demais parlamentares a responsabilidade que têm no sentido de aprovar a investigação contra o presidente ilegítimo. “Depende desta Casa a autorização do processo. Espero que cada um cumpra o seu papel”. O deputado lembrou também que todo o conjunto de denúncias já conhecidas soma-se a outros tantos casos de gravidade similar.
“A gente percebe que há um esquema, que não é só corrupção, tem tráfico, que é um esquema antigo”, disse, referindo-se ao avião carregado com meia tonelada de cocaína, que decolou da fazenda de um dos ministros de Temer, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi. “Cabe uma CPI para a gente investigar o tráfico de drogas que está matando a nossa juventude”, reivindicou Padre João.
PT na Câmara