A deputada Moema Gramacho (PT-BA), em discurso feito na tribuna da Câmara na terça-feira (2), repudiou e questionou as manobras regimentais utilizadas pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), na aprovação da proposta Reforma Política no item que prevê o financiamento empresarial a partidos políticos – na sessão que deliberou sobre a matéria, no último dia 27 de maio. A petista classificou de “perigosa” a ação conduzida pelo presidente da Casa.
“A manobra foi feita para tentar voltar atrás na derrota que, numa noite, foi emplacada ao Presidente da Casa e àqueles que defendiam o financiamento empresarial. Na manhã seguinte, ele fez com que deputados modificassem a posição, numa manobra extremamente perigosa. Não podemos ficar nesta Casa reféns de manobras”, criticou Moema.
A deputada denunciou ainda que, na mesma semana, houve uma nova tentativa de manobra na votação sobre a duração de mandato de prefeitos e vereadores. De acordo com ela, quando quase todo o plenário já se posicionava a favor de cinco anos de mandato, na medida em que já tinha sido aprovado o fim da reeleição, suspendeu-se de novo a sessão e adiou-se essa discussão.
“Temos que ficar atentos porque pode ser outra manobra que podem querer colocar para este plenário. Precisamos estar atentos a tudo o que está sendo colocado nessa reforma política. Essa reforma, do jeito que está sendo feita, pode ficar pior do que a situação atual”, alertou a petista.
Moema Gramacho disse ainda que na próxima semana os parlamentares devem continuar a votação da proposta de reforma política. Ela recomendou seus pares que reflitam melhor sobre os temas. “Espero que, até lá, todos possam tratar melhor as questões, com a responsabilidade que o povo brasileiro reivindica de nós”.
A deputada se posicionou, também, contrária à proposta de mandato tampão de dois anos para prefeitos e vereadores eleitos em 2020, conforme estabelece a proposta do relator Rodrigo Maia (DEM-RJ). Para que a transição ocorra, a petista defende que os eleitos em 2016 tenham seis anos de mandato.
“Se passar a coincidência dos mandatos, que a transição seja feita com 6 anos de mandato, com a responsabilidade necessária para que possamos garantir que os municípios não saiam prejudicados”, disse.
Benildes Rodrigues