A Comissão Mista de Orçamento (CMO) está debatendo o Plano Plurianual da União (PPA) para o período de 2024 a 2027. O plano foi divido por temas e nesta terça-feira (17), o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, junto com representantes dos ministérios da Saúde; Planejamento; e Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome; além de entidades e representantes da sociedade civil, discutiram o eixo 1 que trata do desenvolvimento social e a garantia de direitos.
O relator do projeto de lei do Congresso Nacional (PLN 28/2023) que institui o PPA, deputado Bohn Gass (PT-RS), comemorou a volta do Ministério do Planejamento e, por sua vez, do plano plurianual que vai nortear os próximos quatro anos do governo federal. “O planejamento voltou no País”. Para o parlamentar, o debate do PPA é fundamental para “pensarmos que Brasil nós precisamos estruturar para o próximo período”. O relator destacou que o plano traz programas que vão além dos quatro anos do governo Lula.
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Mas, sigo trabalhando no relatório do PPA 2024/27. Agora, estamos debatendo eixo Desenvolvimento Social e Garantia de Direitos com o ministro @pauloteixeira13, do @mdagovbr. pic.twitter.com/nAzKDNzgZK— Bohn Gass (@BohnGass) October 17, 2023
Nas semanas seguintes, a Comissão vai aprofundar os outros dois eixos do PPA que tratam do “desenvolvimento econômico e sustentabilidade socioambiental e climática” e da “defesa da democracia e reconstrução do Estado e da soberania”.
Desenvolvimento social e a garantia de direitos
O primeiro eixo tem mais de 10 objetivos estratégicos. O presidente Lula sempre deixou claro que sua prioridade é combater a fome, a redução das desigualdades e a melhoria da qualidade e do acesso à educação pública e à saúde primária e especializada.
Um dos maiores desafios do governo é reduzir a fome e a insegurança alimentar que afetam 33 milhões de brasileiros, além de tirar o país do Mapa da Fome. O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, observou que é preciso aumentar a produção de alimentos saudáveis a fim de que a comida chegue à mesa dos brasileiros. Teixeira ainda apresentou programas da pasta que fazem parte do PPA.
Políticas Públicas
Paulo Teixeira falou da retomada e do fortalecimento das políticas públicas que ajudaram o Brasil a sair do Mapa da Fome durante os governos petistas, como a correção dos valores da alimentação escolar. “A correção esteve em torno de 40% do valor da merenda escolar por aluno, o que representou o aumento de R$ 1,5 bilhão na alimentação escolar. Essa estratégia visa a compra de alimentos da região, por isso que 30% é da agricultura familiar com alimentos frescos e de qualidade para a alimentação das crianças”.
O presidente Lula também recriou o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) utilizando o cadastro do CadÚnico à seleção das famílias. Para o ministro, o PAA chegou às famílias mais pobres. “Passaram a vender para o PAA comunidades de extrativistas, ribeirinhos, indígenas, quilombolas e programas de reforma agrária”, elencou Teixeira. Segundo o ministro, o PAA tem a virtude de produzir alimentos diversificados e com qualidade para serem doados a comunidades com insegurança alimentar.
Outro programa instituído pelo governo foi o Programa de Compra Institucionais. As Forças Armadas terão que comprar 30% da Agricultura Familiar, assim como os hospitais universitários e os Institutos Federais.
“Certamente, essas diretrizes, essas linhas que vão nortear os gastos públicos para os próximos quatro anos tirarão o Brasil do Mapa da Fome”, acredita o deputado Elton Welter (PT-PR).
Orçamento 2024
Paulo Teixeira pediu a ajuda do Congresso Nacional para aumentar os recursos do MDA a fim de custear as políticas públicas. “Quero aproveitar a oportunidade e pedir aos parlamentares que nos ajudarem no Orçamento de 2024”. O ministro faz uma comparação de como era o orçamento em 2010 e como está hoje. “O orçamento do MDA, em 2010, era de R$ 6 bilhões; em 2014, R$ 5 bilhões; em 2023, o custeio – somando o MDA, Incra e Conab – era de R$ 1 bilhão. Agora, em 2023, é de R$ 1,2 bilhão. Em 2024, foi para R$ 1,4 bilhão, pelo PLOA. Mas ainda está muito longe daqueles R$ 6 bilhões de 2010”.
Saúde no PPA
Cristiane Maria Simão Munhoz, coordenadora-geral de Planejamento da Subsecretaria de Planejamento e Orçamento do Ministério da Saúde, elencou sete programas que serão trabalhados pela pasta.
A qualificação da Assistência Farmacêutica no Sistema Único de Saúde, com o objetivo de entregar insumos estratégicos e acesso a serviços farmacêuticos; Atenção Especializada à Saúde; rede de urgência e emergência; SAMU; programas sobre o câncer; Atenção Primária à Saúde; cobertura da estratégia de saúde da família e de saúde bucal como foco; Pesquisa, Desenvolvimento, Inovação, Produção e Avaliação de Tecnologias em Saúde; Gestão, Trabalho, Educação e Transformação Digital na Saúde; Saúde Indígena; e Vigilância em Saúde e Ambiente.
“Trabalhamos num total de 7 programas, que tratam de 39 objetivos específicos, 191 entregas, 230 indicadores e 40 medidas institucionais e normativas, além de termos também 2 programas multissetoriais. Compartilhamos entregas com outros ministérios. O programa de Segurança Alimentar e Nutricional e Combate à Fome é do Ministério do Desenvolvimento, Assistência Social, Família e Combate à Fome; e o programa nacional de Promoção dos Direitos da População em Situação de Rua é do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania”, detalhou Cristiane Munhoz.
Assista a íntegra da reunião:
Lorena Vale