Em audiência pública na Câmara, nesta quarta-feira (7), o ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias, rebateu críticas da oposição ao programa Mais Médicos e afirmou que o governo brasileiro não pode interferir nas relações de trabalho reguladas pelo governo cubano.
O ministro explicou detalhes dos contratos feitos com os médicos cubanos, através de intermediação da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) e parceria com universidades brasileiras, e deixou claro que o vínculo empregatício dos profissionais que atuam no Mais Médicos é com o governo de Cuba. “Esses médicos têm 48 horas de trabalho semanais, das quais oito horas são para pesquisa, dentro do projeto que eles estão se submetendo. Há tutores, há médicos tutores, são em torno de 40 universidades contratadas que fazem este controle. Não cabe ao governo brasileiro questionar o fato de o governo cubano ficar com uma parte da remuneração do programa porque o país é soberano”, esclareceu Dias.
Parlamentares do PT disseram que as críticas ao Mais Médicos são fruto de preconceito e da disputa ideológica e política contra o governo. “Infelizmente temos que conviver com manifestações de fascismo e intolerância no Congresso, que deixam o direito de milhões de brasileiros à saúde, submetido a combates ideológicos”, apontou o deputado Rogério Carvalho (PT-SE).
A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) lamentou o fato de a oposição querer apenas “descaracterizar e desqualificar” iniciativas como o programa Mais Médicos. “Estamos aqui buscando fortalecer o SUS, garantir mais recursos para a área de saúde, mas é verdade que a maioria dos nossos médicos não querem ir para o interior e não querem subir na favela. O que se vê é o ódio e a inveja espumante das coisas que estão dando certo nesse País”, criticou a parlamentar.
O deputado Dr. Rosinha (PT-PR) lembrou que, atualmente, “depois de todo o sucesso do Mais Médicos”, todos os deputados estão favoráveis ao programa, mas durante o trâmite do projeto havia “centenas” de parlamentares contrários. “Hoje eles não conseguem falar contra porque estão vendo o que está sendo feito na periferia das grandes cidades e no interior”, registrou Rosinha.
Para o presidente da Comissão de Seguridade Social e Família, deputado Amauri Teixeira (PT-BA), as ações do governo para aperfeiçoar a saúde vão bem além do Mais Médicos. “É um programa vitorioso, mas transitório. O governo está abrindo faculdades de medicina em todo país para termos médicos brasileiros em todas as regiões, com bons salários e uma carreira estabelecida”, ressaltou Amauri.
Manoel Dias também informou que os profissionais do Mais Médicos já atenderam mais de 50 milhões de pessoas e que o programa tem ampla aprovação popular.
Rogério Tomaz Jr. com assessoria da Comissão de Seguridade Social e Família
Foto: Rogério Tomaz Jr./PT na Câmara