Ministro da Saúde foge de debate na Câmara; deputados e entidades protestam contra retrocessos no SUS

Jorge Sola

Com cartazes, manifestos e palavras de ordem contra retrocessos no Sistema Único de Saúde (SUS), representantes de entidades ligadas ao setor e de movimentos sociais participaram da reunião da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara, nesta quarta-feira (18), que ouviria o ministro interino da Saúde, Ricardo Barros. O ministro, que tinha confirmado presença na reunião, cancelou sua participação após a repercussão negativa da sua declaração sobre a necessidade de redimensionar o SUS porque não era possível sustentar o nível de direitos previstos na Constituição.

O deputado Jorge Solla (PT-BA) acusou o ministro interino e ilegítimo, Ricardo Barros, de fugir do debate e enfatizou que o SUS atende 200 milhões de brasileiros, dos quais 150 milhões só dispõem única e exclusivamente deste atendimento para qualquer serviço de saúde. O deputado leu ainda uma nota do Conselho Nacional de Saúde, intitulada “Menos saúde?”, divulgada na terça-feira (17), com críticas ao corte orçamentário para o setor e se posicionando contrário à PEC 143/15, que retira até R$ 80 bilhões do SUS e a PEC 451/14, que beneficia planos de saúde privados em detrimento da saúde pública. O documento pede ainda a aprovação da PEC 1/15, que aumenta os recursos do SUS até atingir 19,4% da receita corrente líquida em sete anos.

A deputada Benedita da Silva (PT-RJ), que também é assistente social, visivelmente emocionada, se solidarizou com os agentes de saúde comunitária e demais profissionais de saúde que compareceram à Comissão de Seguridade para cobrar explicações do ministro e também para informar que vão resistir e lutar contra os retrocessos no setor. “Quero me somar ao movimento e me solidarizar, principalmente, com os trabalhadores que foram barrados na entrada do anexo II desta Casa. Encontrei muitos ali chorando e preocupados com os retrocessos e com a perda de direitos. Quero ainda dizer que vamos resistir e que esta comissão não pode e não deve ser um colegiado que mude o SUS. Ao contrário, temos que defendê-lo, sustentá-lo e garantir mais recursos para o setor”, afirmou.

“É um absurdo redimensionar o SUS”, reagiu o deputado Pepe Vargas (PT-RS). Ele enfatizou que um governo interino e ilegítimo não pode fazer um golpe dentro do golpe, revogando o sistema universal de saúde. “E é isso que estão querendo fazer, por isso a nossa preocupação e a dos profissionais do setor. Não podemos permitir retrocessos”, ressaltou.

O deputado Chico D’Angelo (PT-RJ) também criticou as declarações do ministro interino, que pretende desestruturar o SUS e reduzir o programa Mais Médico. “Nunca vi um ministro interino assumir e dizer que é preciso rever a universalidade do sistema de saúde. Isso quer dizer reduzir, por exemplo, as campanhas de vacinação, o Samu. É discurso, uma proposta fora da realidade do mundo”, enfatizou.

Manifestação – Representantes da Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps) também distribuiu um manifesto a favor do SUS. “Não à privatização e mercantilização da saúde”, pedia o documento. Os parlamentares também receberam carta dos trabalhadores da Fundação Oswaldo Cruz em defesa da saúde pública, enfatizando que o SUS é uma conquista do povo brasileiro, um direito constitucional que não pode ser rasgado.

Vânia Rodrigues
Foto: Gustavo Bezerra/PT na Câmara
Mais fotos no 
www.flickr.com/ptnacamara

 

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Postagens recentes

CADASTRE-SE PARA RECEBER MAIS INFORMAÇÕES DO PT NA CÂMARA

Veja Também

Jaya9

Mostbet

MCW

Jeetwin

Babu88

Nagad88

Betvisa

Marvelbet

Baji999

Jeetbuzz

Mostplay

Melbet

Betjili

Six6s

Krikya

Glory Casino

Betjee

Jita Ace

Crickex

Winbdt

PBC88

R777

Jitawin

Khela88

Bhaggo

jaya9

mcw

jeetwin

nagad88

betvisa

marvelbet

baji999

jeetbuzz

crickex