A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara aprovou, nesta quarta-feira (5), requerimento da deputada Erika Kokay (PT-DF) convidando o ministro da Justiça, Osmar Serraglio, para prestar esclarecimentos sobre a suposta participação dele em irregularidades na Superintendência do Ministério da Agricultura e Pecuária no estado do Paraná, na fiscalização de produtos de origem animal.
O caso foi revelado pela operação Carne Fraca, da Polícia Federal, que investigou casos de adulteração ou alteração de substância ou produtos alimentícios, peculato, concussão, corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa, falsificação, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Em conversa telefônica interceptada pela PF em 2016, com autorização judicial, o então deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR) chama o fiscal agropecuário Daniel Gonçalves Filho- à época superintendente do Ministério da Agricultura no Paraná (2007-2016) – de “o grande chefe”. O fiscal foi preso na operação Carne Fraca, e apontado como um dos líderes do esquema de corrupção.
Na mesma investigação, em outra conversa interceptada pela PF, outra fiscal acusada de participar do esquema, Maria do Rocio Nascimento, também presa durante a Carne Fraca, citou o nome “Serraglio”- possível referência ao atual ministro da Justiça- como o “velhinho que está conosco”.
Pressão- Além de esclarecer o vínculo entre o atual ministro da Justiça e fiscais agropecuários presos na operação Carne Fraca, outra questão também pode ser esclarecida. No último dia 21 de março, a senadora Kátia Abreu (PMDB-TO) revelou durante discurso na tribuna do Senado que, no período em que comandou o ministério da Agricultura (2015-2016), foi pressionada por dois deputados do PMDB para não demitir o fiscal Daniel Gonçalves Filho, então superintendente regional do ministério no Paraná. Segundo ela, um dos parlamentares teria sido Osmar Serraglio.
Héber Carvalho