Ministério da Justiça demite 3 policiais da PRF que mataram Genivaldo em 2022

Genivaldo de Jesus dos Santos foi morto por três policiais rodoviários federais durante abordagem de trânsito que culminou em sua prisão no porta-malas da viatura onde jogaram gás lacrimogênio Foto: Clarice Lissovsky - Mídia Ninja

Ministro Flávio Dino assinou três portarias na segunda (14) e determinou que a Polícia Rodoviária Federal reveja em 120 dias sua doutrina e procedimentos;

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, assinou nesta segunda-feira (14) a demissão dos três agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) responsáveis pela morte de Genivaldo de Jesus dos Santos em 25 de maio de 2022. Dino também determinou a suspensão de outros dois profissionais e que a PRF reveja em 120 dias a sua doutrina e manual de procedimentos operacionais.

Os agora ex-agentes Paulo Rodolpho Lima Nascimento, Kleber Nascimento Freitas e William de Barros Noia, que estão presos desde outubro de 2022, mataram Genivaldo ao prendê-lo no porta-malas da viatura e o forçá-lo a inalar gás lacrimogêneo após abordagem de trânsito em Umbaúba, no interior de Sergipe, em uma espécie de câmera de gás. O crime ocorreu durante o governo Bolsonaro, quando o Brasil vivia sob uma política de incentivo à violência.

O ministério determinou ainda à Polícia Rodoviária Federal que cópias dos processos sejam enviadas ao Ministério Público Federal (MPF), à Controladoria-Geral da União (CGU) e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

As portarias trazem como justificativa para as demissões “infrações disciplinares previstas nos artigos 116, incisos II, III e XI, e 132, inciso VII, da Lei nº 8.112/90, ao violar os deveres funcionais de ser leal às instituições a que servir, de observar as normas legais e regulamentares, e de tratar com urbanidade as pessoas; e praticar injusta ofensa física, em serviço, a particular”. As demissões foram também recomendadas pela Corregedoria da PRF no início deste mês.

Em seu Twitter, o ministro Flávio Dini afirmou: “Não queremos que policiais morram em confrontos ou ilegalmente matem pessoas. Estamos trabalhando com Estados, a sociedade civil e as corporações para apoiar os bons procedimentos e afastar aqueles que não cumprem a lei, melhorando a segurança de todos. Determinei a revisão da doutrina e dos manuais de procedimentos da Polícia Rodoviária Federal, para aprimorar tais instrumentos, eliminando eventuais falhas e lacunas”.

O ministro Paulo Pimenta, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, cumprimentou o Flávio Dino por levar justiça a Genivaldo. “A tortura e a violência são incompatíveis com um governo democrático e não serão toleradas. Que casos como este nunca mais aconteçam”, escreveu Pimenta no Twitter.

Da Redação da Agência PT

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