Os setes militantes em greve de fome há dez dias pela libertação de Lula foram recebidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski e ouviram dele nesta quinta-feira (9) que precisavam “apostar que, no fim, o STF vai fazer justiça”. O encontro foi para cobrar celeridade da Suprema Corte no julgamento das Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADC’s) 43 e 44, que tratam da prisão após condenação em segunda instância.
“Ele disse que teríamos que acreditar que isso vai ocorrer”, relatou Jaime Amorim, representante do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) do Estado de Pernambuco. Ele é um dos sete militantes que está em greve de fome desde o dia 31 de julho.
O ativista relatou também que o grupo informou ao ministro que a greve de fome irá até as últimas consequências para defender o País. “Nós iniciamos a greve no dia 31 e estamos no 10º dia. Temos a certeza de que vamos até as últimas consequências para garantir que o sonho e a esperança do povo brasileiro não sejam sepultados junto conosco”, assegurou Jaime Amorim.
Nessa mesma linha, Rafaela Alves, representante do Movimento de Pequenos Agricultores (MPA) do Estado de Sergipe, expôs ao ministro o desejo dos grevistas para que a justiça não seja lenta. “Por causa da lentidão da justiça, muita gente morre nesse País. E nós queremos o compromisso da justiça com a vida e não com a morte”, afirmou.
“Firmamos o nosso compromisso com essa greve de fome e falamos que a justiça não pode ser lenta como está sendo. O preço de ela ser muito lenta – nesse momento – será o de ver, em alguns dias, corpos de companheiros em greve de fome, sendo velados e sepultados na frente do STF”, argumentou.
O deputado Valmir Assunção (PT-BA), que acompanhou toda a movimentação no STF, disse que os movimentos sociais tentam dialogar com os ministros para que a Constituição seja aplicada e respeitada e que a justiça seja feita no Brasil. “A greve de fome é uma luta pela liberdade de Lula, para que o povo brasileiro tenha direito ao trabalho, à educação, à saúde e à alimentação. A greve é para que o STF cumpra a Constituição, que foi rasgada porque tivemos um golpe no País”, lembrou o parlamentar.
Benildes Rodrigues