Merlong critica taxa de juros: BC quer provocar uma crise recessiva no Brasil

Deputado Merlong Solano. Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

O deputado Merlong Solano (PT-PI) afirmou nesta quarta-feira (8), em plenário, que o presidente Lula não fez e não fará nenhum ataque pessoal ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. “O que o Lula faz é uma contundente crítica à política de juros mantida pelo Banco Central, à qual eu me associo”.

O Banco Central, explicou Merlong, desde a autonomia, tem elevado sistematicamente a taxa de juros, que chegou a 13,75% em agosto do ano passado. “É a mais alta taxa real de juros do mundo. São 8,16% quando nós descontamos a inflação do ano passado”, afirmou. Ele destacou que no México, o segundo país com a mais alta taxa de juros, ela já cai para cinco e pouco por cento. Depois vem o Chile, com 4,5%, e assim por diante.

“E o que justifica essa sanha de elevação dos juros? Nós perguntamos: a inflação está em elevação? Não, a inflação está em queda. Há uma demanda exagerada por parte das famílias? Não, 80% das famílias brasileiras terminaram o ano de 2022 endividadas, 30% com dívidas já em atraso. As empresas estão investindo muito, há um aquecimento exagerado do investimento das empresas? Não, nunca foi tão baixo o investimento no Brasil, seja do setor público, seja do setor privado. Então, nada justifica essa sanha de elevação exagerada, de manutenção dessa elevadíssima taxa de juros”, criticou.

Crise recessiva

Na avaliação do deputado Merlong, o que o Banco Central quer é “deliberadamente” provocar uma crise recessiva. Ele relembrou que contra o seu voto, a Câmara aprovou a autonomia do Banco Central. “Mas, na mesma lei, que é a Lei Complementar nº 179, de 2021, está escrito claramente, entre as funções do Banco Central, fomentar o pleno emprego. Ele está jogando isso na lata do lixo. Quer uma recessão econômica, para aumentar, quem sabe, ainda mais o desemprego dos brasileiros e, assim, dar vazão a esses discursos de fim de mundo que os bolsonaristas têm feito aqui nesta Casa”, protestou.

Para Merlong Solano, o caminho não é esse. “O caminho é de um banco central a serviço dos brasileiros e brasileiras e não apenas dos rentistas, que vivem, sem produzir, dos juros de milhões e milhões dos títulos da dívida pública”.

 

Vânia Rodrigues

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