As medidas econômicas anunciadas pelo governo interino e golpista de Michel Temer são uma catástrofe para sociedade, menos para a elite rentista, preguiçosa e escravagista que ainda há no Brasil. Uma delas é acabar com o Fundo Soberano, que tem lá uma economia de R$ 2 bilhões, resultado do processo vitorioso da exploração de petróleo no pré-sal pelo sistema de partilha.
Esse dinheiro veio do pré-sal e ficaria no fundo para mais adiante seguir para investimento em Educação. Não vai mais. Pior, esses R$ 2 bilhões que estão aplicados em sua maior parte em ações de Banco do Brasil serão colocados no prego, ou seja, as ações serão vendidas. Na prática, não é o pobre e ninguém da classe média que vai comprar as ações do BB referente ao Fundo Soberano. Serão os especuladores, os rentistas.
O simples anúncio da venda das ações do Fundo Soberano, uma medida antissocial e estratégica, anunciada pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles na manhã desta terça-feira (24), fez com que as cotações do Banco do Brasil desmanchassem, como gostam de dizer os especuladores do mercado acionário, indo para o fundo do poço. Até o meio dia, as ações do BB ON (ordinárias nominativas) e as PN (preferenciais nominativas) caíam 3,83% e 4,18%, respectivamente.
Esse movimento também pode ser entendido como um golpe de mão, pois acarreta perda de valor do Banco do Brasil em si. Levando em conta que o banco teve um primeiro trimestre ruim, por conta da crise econômica, a tendência é de que o discurso do governo ilegítimo seja reforçado pelas vozes “do mercado” de que o BB tem de ser vendido, privatizado.
Outra medida contra os trabalhadores e os pequenos empreendedores será percebida quando virem que os empréstimos do BNDES ficarão mais seletivos, atendendo somente grandes grupos empresariais. O ministro Meirelles anunciou que R$ 100 bilhões que estão no banco serão revertidos para o Tesouro Nacional.
Esse dinheiro está no banco e gira na forma de empréstimo, inclusive nos cartões do BNDES e em outras linhas de crédito como a de modernização de frotas. Na prática, sem linha de crédito para os pequenos empreendedores que possuem o cartão BNDES, os investimentos serão travados. Nos contratos para compra de equipamentos como caminhões, o impacto será na ponta. Não haverá modernização e a redução das vendas de caminhões e equipamentos, por falta de crédito, produzirá a demissão nas respectivas fábricas. O BNDES cumpre a função social porque os bancos privados não se interessam por essa atividade.
Meirelles, na entrevista coletiva que explicou o saco de maldades, disse que os R$ 100 bilhões retornarão ao Tesouro em três parcelas anuais, a primeira de R$ 40 bilhões e as outras duas de R$ 30 bilhões.
Henrique Meirelles anunciou que as despesas com Educação e Saúde serão compatibilizadas com o crescimento das despesas públicas que passam a ter um teto. Uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) contendo essas orientações será encaminhada nos próximos dias para o Congresso. Os recursos para a Saúde e Educação serão calculados com base na inflação do ano anterior e isso significará uma redução de até 2,5% dos gastos em despesas públicas.
A mudança feita pelo governo ilegítimo prevê um crescimento zero dos gastos com Saúde e Educação, dando o privilégio para as empresas privadas de assistência de saúde.
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) denunciou uma pedalada fiscal do governo ilegítimo de Michel Temer ao propor uma alteração da meta fiscal que estava prevista em R$ 96,7 bilhões de déficit ainda no governo de Dilma para uma nova meta de R$ 170,5 bilhões.
Segundo ela, para elevar a esses R$ 170,5 bilhões o governo interino tem pressa, jogando no lixo o discurso que usou durante a votação pela Câmara e depois no Senado de que houve irresponsabilidade. É que os golpistas desde janeiro não quiseram votar na Comissão Mista de Orçamento (CMO) a nova meta proposta por Dilma, de R$ 96,7 bilhões. Nos quatro primeiros meses deste ano, o déficit mal chega a R$ 20 bilhões.
Então, a pergunta que não quer calar é sobre os outros R$ 150 bilhões, para onde seriam destinados. Para Gleisi e o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), esse dinheiro será usado para pagar os deputados e senadores que votaram pelo impeachment de Dilma.
“Estão dando um cheque em branco para esse governo. A nova meta foi entregue ontem não foi discutida pela comissão mista do orçamento e o governo não indicou em documentos quais despesas serão custeadas com esses R$ 170,5 bilhões”, disse Gleisi. E aqui é onde mora o perigo, porque sim, pode caracterizar crime de responsabilidade por não indicar a despesa (e sua origem)”, indagou.
Assista a fala da senadora Gleisi Hoffmann
https://www.facebook.com/gleisi.hoffmann/videos/577769562400301/
PT no Senado e facebook da senadora Gleisi