Margarida se une às famílias de vítimas do Massacre de Ipatinga para pedir justiça

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Completou 50 anos nesta segunda-feira (7 ), o Massacre de Ipatinga, como ficou conhecida a chacina na qual pelo menos oito pessoas foram mortas por Policiais Militares em frente a um dos portões da Usiminas. Para lembrar a data e prosseguir com as investigações, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) realizou uma audiência pública coordenada pelo Grupo de Trabalho Ditadura e Repressão aos Trabalhadores e ao Movimento Sindical.

Foram ouvidos sobreviventes do massacre, familiares das vítimas, o motorista do caminhão utilizado para transporte dos policiais e o diretor de Recursos Humanos da PM, coronel Eduardo Reis, que garantiu que a corporação vai contribuir com as investigações. Outras audiências serão marcadas para aprofundar a apuração dos fatos até hoje distorcidos. Para a próxima reunião são esperados também representantes da Usiminas. A expectativa da CNV é de que até o final do ano o relatório sobre o caso esteja concluído.

A deputada Margarida Salomão (PT-MG) juntou-se a todos os que clamam por justiça nessa trágica página da história do Brasil, em particular de Minas Gerais. “Nesse episódio os direitos humanos e trabalhistas de milhares de pessoas foram claramente violados. A repressão daqueles anos de chumbo resultou em um massacre de proporções até hoje desconhecidas. O trabalho da Comissão da Verdade é fundamental para esclarecermos os fatos e poder garantir às famílias das vítimas que a justiça seja, finalmente, feita”.

Entenda o caso – De acordo com uma pesquisa realizada pelo Grupo de Trabalho Ditadura e Repressão e pelo Fórum Memória e Verdade do Vale do Aço, em 1963, sob o regime militar no Brasil, funcionários da Usiminas, localizada em Ipatinga, no Vale do Aço, trabalhavam em condições precárias, com baixos salários e controlados por violenta vigilância. No dia 6 de outubro daquele ano, cerca de 300 operários do acampamento Chicago Bridge foram espancados e presos por policiais a serviço da companhia, que até então era estatal, após uma revista. No dia seguinte veio a tragédia.

Estima-se que entre dois mil e cinco mil operários tenham ido para a frente da empresa manifestarem por melhor tratamento por parte dos vigilantes e da PM. Lá foram encurralados e 19 policiais em um caminhão atiraram com metralhadoras resultando em oito mortos, entre eles um bebê de três meses, que estava no colo da mãe, e 79 feridos, de acordo com os números oficiais. Entretanto, há relatos de que o número de mortos tenha chegado a 30. Nenhum inquérito foi instaurado.

 Assessoria Parlamentar

Foto: Gustavo Bezerra

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