Em discurso no grande expediente da Câmara, nesta terça-feira (15), a deputada Margarida Salomão (PT-MG) fez uma defesa enfática da jovem democracia brasileira e se contrapôs ao movimento golpista que pretende cassar o mandato da presidenta Dilma Rousseff. “Sou direta e frontalmente contra o golpe em curso. O golpe a que aludo inaugura-se com o acolhimento do pedido de impeachment pelo Presidente da Câmara. O gesto em si constitui uma afronta”, afirmou a parlamentar.
Durante o pronunciamento, a deputada de Juiz de Fora (MG) destacou que a impopularidade atual do governo não é motivo justificável para o afastamento da presidenta. “A presidenta Dilma Roussef, primeira mulher eleita e reeleita para a Presidência da República no Brasil, pode ter suas ações de governo contestadas no contexto da liberdade democrática exercida no Parlamento e na sociedade. Isso é legítimo e a própria presidenta lutou em sua juventude, correndo risco de vida, enfrentando a prisão e a tortura, para que hoje um governo seu pudesse ser democraticamente criticado no Parlamento, na imprensa, nas redes, nas ruas”, observou Margarida.
Para a deputada, impedir a presidenta sem fundamento factual e sem amparo jurídico, “não cumprido sequer o primeiro ano do mandato que ela recebeu do povo nas eleições de 2014”, não tem outro nome: “é golpe e como golpe deve ser repudiado!”.
A parlamentar ressaltou ainda a desigualdade social que ainda existe no Brasil. “Erra quem nesta hora de desacertos, dúvidas e atrasadas cobranças sustenta ser a corrupção o maior problema da sociedade brasileira. Quero lhes dizer com muita certeza: o maior problema da sociedade brasileira é a desigualdade, problema que data de mais de 500 anos. Enfrentar a desigualdade: é esta nossa tarefa, nosso desafio e a nossa oportunidade de nos reconciliarmos com o que espera de nós o povo brasileiro” ressaltou Margarida.
Assessoria Parlamentar
Foto: Gustavo Lima/Agência Câmara