O seminário para discutir a educação brasileira por meio das universidades continuou na manhã desta quarta-feira (30) na Comissão de Educação em conjunto com a Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática na Câmara dos Deputados. O tema de hoje foi sobre as “Perspectivas para as Universidades Brasileiras”.
Para a deputada Margarida Salomão (PT-MG), as universidades brasileiras são lugares inovadores e que contam com parcerias dos institutos, e que é preciso um sistema produtivo para inovar mais. Ela lembrou que a Universidade Federal do Rio de Janeiro e as universidades do Nordeste apresentam hipóteses explicativas para o derramamento do petróleo que vem destruindo as praias brasileiras.
“Falar sobre perspectiva à universidade brasileira é falar de algo urgente e conjuntural, pois é preciso garantir a sua sobrevivência, o seu financiamento público, as condições para o exercício crítico e para a sua atuação plena em todas as áreas de conhecimento. É falar também em como enfrentar o problema da autonomia universitária. É defender o sujeito fundamental à vida universitária que são os professores e também os pesquisadores”, afirmou Carlos Alberto Marques, membro do Comitê Executivo do Observatório do Conhecimento.
Desafios
A vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Fernanda Antônia da Fonseca Sobral, apresentou os desafios que as universidades enfrentam todos os dias. Para ela é um desafio fazer escolhas para o futuro e pensar no presente.
“Veja a responsabilidade, ela tem que ver o futuro da ciência e tecnologia, ela tem que atender necessidades presentes atuais e emergenciais sem esquecer as escolhas do passado ou escolhas permanentes que representam a história das instituições acadêmicas. Você imagina esses desafios sem recursos, essa é que é a questão que eu acho que é muito importante”.
Para Fernanda é preciso preservar o modelo intelectual, que historicamente norteou a vida acadêmica e que defende a universidade como espaço social e intelectual, no qual professores e estudantes cultivam de forma apaixonada o conhecimento e procurem preservá-lo como prioridade.
Ao final do seminário, Margarida Salomão se comprometeu a publicar o conjunto de contribuições e dados trazidas pelos participantes nos dois dias de seminário, para que seja disponibilizado não só na Câmara, mas para a sociedade brasileira. “Eu acho que isso é fundamental para que nós possamos vir a formular política públicas na educação, na ciência e tecnologia”, finalizou a professora.
Lorena Vale
Foto – Gabriel Paiva