“É triste dizer isso, eu, sendo deputada, mas penso que a chamada ‘classe política’ decidiu pelo suicídio”, declarou a deputada Margarida Salomão (PT-MG), nas redes, criticando a aprovação do relatório da Reforma Trabalhista na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
Para a parlamentar, os senadores optaram por ignorar o que as ruas e as pesquisas apontam: a maioria da população rejeita a proposta do governo.
Em maio, os institutos Ipsos e Datafolha divulgaram pesquisa sobre o tema. A maioria dos entrevistados pelo Ipsos, 58%, manifestou-se contrária às mudanças. O Datafolha constatou um grande pessimismo: 58% dos entrevistados disseram que ela acarretará menos direitos aos trabalhadores e 64% avaliaram que ela trará mais benefícios aos empresários do que para os trabalhadores.
Na consulta pública do Senado, 131.142 participantes não concordam com a reforma e apenas 5.836 se manifestaram a favor.
“Ninguém quer a Reforma Trabalhista, exceto esse pequeno grupo de políticos”, afirmou a deputada.
Margarida também criticou a nomeação apressada de Raquel Dodge para o comando da Procuradoria-Geral da República, uma procuradora claramente antagônica ao atual, Rodrigo Janot, que apresentou a denúncia contra Temer. A denúncia, por crime de corrupção passiva, foi lida na Câmara na tarde dessa quinta.
O presidente será notificado e o processo encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara e, posteriormente, ao Plenário. Para que o processo criminal contra Temer seja aberto no Supremo Tribunal Federal (STF), 342 dos 513 deputados precisam aprovar a denúncia, mas não há grandes expectativas sobre esse desfecho.
“Diante de tantas trapalhadas, tantas afrontas, o que a sociedade pode pensar? Que na Câmara não há vida séria, que os parlamentares não levam em conta o que o povo deseja”, comenta a deputada, convocando a população a se manifestar nas ruas nessa sexta, 30 de junho, com atos programados em todo o país.
Assessoria Parlamentar