Marcha das Margaridas reúne milhares de trabalhadoras na luta por direitos e em repúdio à tentativa de golpe

Marcha PFranca

Ao som das palavras de ordem “Não vai ter Golpe”, “Golpistas não passarão” e “Fica Dilma!”, mais de 50 mil trabalhadoras do campo, de todos os estados do País, participaram nesta quarta-feira (12), em Brasília, da 5ª edição da Marcha das Margaridas. Na maior manifestação de gênero já realizada no País, as trabalhadoras “abraçaram” o Congresso Nacional em defesa de direitos sociais, trabalhistas e de gênero. As manifestantes também protestaram contra a pauta conservadora que tem dominado as votações da Câmara dos Deputados nos últimos meses.

Em defesa da presidenta Dilma e do Estado democrático de direito, a presidente da União Brasileira de Mulheres (UBM), Lúcia Rincon, destacou “a ilegalidade de manifestações que pedem a destituição de uma presidenta democraticamente eleita”.

“Pessoas que batem panela e que antes nem sabiam o caminho da cozinha, agora se acham no direito de derrubar uma presidente eleita pela maioria do povo, apenas porque passamos por um momento difícil. Crise o país já teve muitas, e muito piores do que a atual, que é inflada por uma mídia golpista e irresponsável, associada a um consórcio de direita derrotado nas urnas. Vamos superar o atual momento e impedir que se interrompa um projeto político inclusivo e de esquerda”, ressaltou a dirigente.

Ao conclamar as manifestantes a se postarem de costas para o Congresso Nacional, em protesto contra a tramitação de propostas que retiram direitos dos trabalhadores rurais e das minorias, a coordenadora da Marcha, Alessandra Lunas, da Confederação dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), enumerou algumas propostas repudiadas pelo movimento. “Exigimos a retirada de pauta de projetos que ferem os direitos dos índios, dos quilombolas e dos povos da floresta. Também repudiamos temas apoiados pelo latifúndio e setores fundamentalistas que atentam contra os direitos dos trabalhadores rurais, contra o meio ambiente, e também contra as mulheres, os jovens e a comunidade LGBT”, enfatizou.

Na presença da ministra da Secretaria de Política para as Mulheres da Presidência da República, Eleonora Menicucci, a coordenadora da Marcha também condenou o machismo existente no parlamento e exigiu a aprovação de mecanismos que garantam maior participação política das mulheres.

“As mulheres não suportam a forma como esse Congresso machista e conservador trata nossas pautas. Por isso é importante assegurar a participação das mulheres no parlamento para que temas como o Fundo de Enfrentamento a Violência contra a Mulher, sejam votados”, defendeu Alessandra Lunas.

Apoio- A marcha contou com o apoio entusiasmado da bancada do PT na Câmara. Presente ao ato, o líder do partido na Casa, deputado Sibá Machado (AC), destacou a importância do evento: “É desta forma que reafirmamos a democracia no nosso País. Não se pode falar de golpe, porque quem defende o golpe não gosta do Brasil, nem dos brasileiros. As mulheres do campo fazem uma manifestação lúcida em defesa de suas reivindicações, mas também dando um basta nesta onda golpista que não leva a lugar nenhum”, afirmou o líder.

A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) também destacou o apoio da marcha à presidenta Dilma. “Essa manifestação foi além da expectativa. As mulheres do campo deram o recado de que não aceitam que se quebre a democracia brasileira porque reconhecem que esse país mudou muito e mudou para melhor nos últimos anos e, por isso, não aceitam golpe ou qualquer tipo de retrocesso”, ressaltou.

Héber Carvalho

Foto: Pedro França/Gustavo Bezerra

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