Como forma de ampliar o debate sobre os problemas que vivem as mulheres atingidas por barragens, principalmente na questão de violação de direitos humanos, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) promove o seminário ‘Em Defesa da Vida: Mulheres Atingidas na Luta por Direitos’. Durante o evento, as vítimas do rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho, serão lembradas e a militante Dilma Ferreira, assassinada recentemente será homenageada.
O evento ocorre na próxima terça-feira (25), das 9h às 16h, na Escola da Defensoria Pública do Distrito Federal (EASJUR). A luta do MAB também será lembrada pela Câmara dos Deputados no dia 26, durante sessão solene.
O MAB explica que em diversas regiões onde grandes empreendimentos se instalaram e em casos de rompimentos de barragens, se observou que as mulheres são as mais afetadas com a problemática da violação de direitos. Segundo o movimento, as mulheres estão mais expostas às violências, além de sofrerem com a falta de reconhecimento nos processos de reparação.
Os organizadores informam que o evento deve contar com a presença de mais 60 militantes, vindos de 15 estados. Entre os temas que serão debatidos estão “O momento histórico e as consequências na vida das mulheres” e “A prática das empresas de barragens e as violações dos direitos”.
Ato inter-religioso
Às 17 horas, os participantes do seminário se reúnem na Praça Zumbi dos Palmares para um ato inter-religioso em homenagem a Dilma Ferreira, brutalmente assassinada há três meses, e em memória das vítimas do crime da Vale em Brumadinho, que completa cinco meses.
Sessão solene
Em reconhecimento ao trabalho na construção de soluções e defesa dos direitos dos atingidos por barragens no Brasil, a Câmara dos Deputados, por solicitação da deputada Erika Kokay (PT-DF), realiza na quarta-feira (26), sessão solene em homenagem à luta do MAB.
A sessão solene celebra o Dia Internacional de luta contra as barragens, em defesa dos rios e da vida, comemorado em 14 de março. Segundo a autora do requerimento, essa data tem sido marcada, pela denúncia das pessoas atingidas por barragens em todo o mundo, bem como pelo enfrentamento às graves violações dos direitos sociais, econômicos, culturais e ambientais causadas pelo setor elétrico.
“O Brasil, particularmente o Estado de Minas Gerais, foi palco de uma tragédia-crime que resultou no rompimento de mais uma barragem que ceifou mais de duzentas vidas pelo rompimento da barragem da mineradora Vale, em Brumadinho (MG), além de milhares de atingidos no leito do Rio Paraopeba. O dia 14 de março tem um alto significado para o movimento social, pois se trata de uma data de luta dos atingidos por barragens em todo o país”, argumenta Erika em seu requerimento.
Benildes Rodrigues com informações do MAB