Passageiros da esperança: A Caravana Lula pelo Brasil chegou ao seu destino final, em São Luís do Maranhão. Todos descem, mas a esperança continua na estrada…
A Caravana que percorreu os estados do Nordeste desde o dia 17 de agosto viajou por momentos singulares de sentimentos de amor e de gratidão. Uma expressão viva por tudo o que Lula e os governos petistas fizeram pelos brasileiros, pelos nordestinos.
A saga se iniciou em Salvador. E, desde então, Lula tem se entregue, se jogado – literalmente – nos braços do povo. A população do Nordeste tocou e quis ser abraçada por Lula. É uma devoção. Não tem outro adjetivo. Os sertanejos reconhecem que a educação melhorou; que a saúde avançou; e que o Minha Casa Minha Vida mudou a vida deles.
Essa gente simples participou da formulação de políticas públicas para a agricultura familiar, por exemplo. Todos foram beneficiados nas suas pequenas roças. Lá tem uma cisterna, pelo menos, e o garantia-safra. Tinha Pronaf também. E a água matou parte da sede delas. O São Francisco, com a transposição de suas águas, irá banhar e lavar a alma dos sofridos habitantes da região. As políticas públicas chegaram aos trabalhadores rurais do semiárido. Isso é fato.
Por isso, quando o ex-presidente desembarca do “Busão do Lula”, em cidades como Quixadá, Ouricuri ou Picos, as pessoas correm ao seu encontro para tocá-lo e agradecê-lo, não somente pela figura humana de Lula, mas, sim, por tudo o que ele fez durante os seus oito anos de mandato.
À esquerda e ao campo progressista brasileiro a Caravana se reveste de uma simbologia muito forte, uma vez que houve uma reafirmação de um legado popular que precisa ser conservado e ressignificado nas lutas que se travam hoje e às outras que se aproximam.
Convém salientar também que nenhum Presidente da República fez o que Lula está fazendo. Alguém consegue imaginar Fernando Henrique Cardoso, José Sarney ou Collor percorrendo 4,5 mil quilômetros de ônibus sob o sol escaldante de 40 graus para ouvir as reivindicações e dar atenção aos problemas do povo?
É óbvio que Lula – pela sua origem popular e história de retirante nordestino – tem profunda identificação com a região. Ele conhece os sofrimentos da seca. A fome o fez chorar. É por isso que Lula tem brilho nos olhos. Comove-se e fica ainda mais sensível ao ouvir o toque da Asa Branca na sanfona, no canto e nos acordes dos artistas populares que se proliferam na região. O gibão – a indumentária da caatinga que protege dos espinhos secos da caatinga – faz com que ele reviva novamente e incorpore na alma o sentimento de quem bate a enxada em solo árido para matar a fome da prole.
Lula brotou do torrão nordestino. Ele sente na pele, no coração e no sangue as necessidades de seu povo. Ele sabe que a região precisa ter acesso às políticas públicas.
E nos lugares onde Lula discursava era assertivo: “Quero oportunidades para que o filho do pobre se sente ao lado do rico na escola. Quero que o filho da doméstica possa ser engenheiro, ser doutor”.
Lula recebeu vários títulos de Doutor Honoris Causa de universidades criadas por ele. Foram 18 novas instituições públicas em todo o país, muitas delas no Nordeste, que hoje tem mais matrículas no ensino superior do que o Sul. Alguns ex-presidentes ditos “letrados” não criaram uma universidade federal sequer quando governaram o Brasil.
Mas se hoje os nordestinos gritam por socorro, a volta de Lula é uma redenção aos sertanejos e, claro, para todos os brasileiros. É o retorno da esperança às gerações que não vislumbram horizonte confiável com os atuais usurpadores do poder que assaltaram o Palácio do Planalto.
Portanto, a viagem de Lula é um retorno às suas origens, por onde tudo começou quando ele partiu no pau-de-arara. Agora, ele refaz o caminho de volta, e na bagagem leva a esperança e recebe a força de quem sabe que a vida já foi melhor e que poderá ter um novo rumo a partir de 2018. É por isso que todos olham para Lula e o chamam de “nosso pai”. E clamam por socorro.
Os quilômetros percorridos pela Caravana ficarão na memória de todos. Lula e o povo sabem que as conquistas e a dignidade humana não morrem na seca. Na primeira chuva tudo brota novamente. Assim, povo-Lula-povo é uma simbiose. O horizonte pode estar próximo. E o “nosso pai” e os seus filhos sabem disso.
*Por Carlos Leite, direto da Caravana Lula Pelo Brasil*