Medida inclui estudantes do ensino médio público de famílias inscritas no CadÚnico e que tenham renda per capita de até meio salário mínimo. “Hoje é o dia em que o Brasil se libertou do atraso educacional”, disse o presidente, em Fortaleza (CE)
Com a missão de incentivar a permanência escolar e a conclusão do ensino médio para jovens de baixa renda no país, o presidente Lula expandiu novamente o programa Pé-de-Meia para mais de 1 milhão de estudantes, totalizando 3,7 milhões de beneficiados.
Nesta sexta-feira (2), em uma cerimônia no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza, o presidente e o ministro da Educação, Camilo Santana, anunciaram que mais de 1 milhão de novos estudantes serão beneficiados.
Com a medida, alunos do ensino médio público com famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) e que tenham renda per capita de até meio salário mínimo serão beneficiados, além de estudantes da Educação de Jovens e Adultos (EJA) que atendam aos mesmos critérios.
Lula ressaltou o papel transformador da educação, sua própria trajetória de vida, e destacou a importância de garantir acesso à educação para todos os brasileiros e brasileiras, independentemente de sua condição socioeconômica.
“O que está acontecendo hoje no Brasil é uma oportunidade. Já visitei o mundo inteiro, conheci muitos líderes, mas nunca participei de um evento com tanta gente alegre e esperançosa como hoje. Este ato é uma fotografia que ficará para sempre na minha memória”, afirmou.
Ele também enfatizou a necessidade de continuar investindo em políticas públicas que promovam a inclusão social e o desenvolvimento pessoal. “Hoje é o dia em que o Brasil se libertou do atraso educacional, o dia em que o Brasil despertou no coração da juventude a possibilidade de estudar e andar de cabeça erguida. A educação é o único caminho para isso”, declarou.
Lula falou sobre o estigma que muitas vezes recai sobre os estudantes de escolas públicas e afirmou que investir na educação é fundamental para construir um futuro melhor para o país.
“Muita gente dizia que investir na educação era gastar dinheiro com quem não quer estudar. Eu sempre respondi que investir em educação é construir um futuro, enquanto gastar com prisões é apenas um custo.”
O presidente também compartilhou sua experiência pessoal, ressaltando as dificuldades que enfrentou para conseguir uma educação e como essa conquista mudou sua vida. “Eu sou o primeiro filho de oito irmãos a ter um diploma primário, a ter um diploma técnico, a ter uma televisão, uma geladeira, um carro. Houve um tempo em que eu tinha vergonha de chorar. Hoje, considero feliz o país que tem um presidente capaz de chorar de emoção”, revelou, ressaltando a importância de persistir nos estudos.
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Educação e autonomia das mulheres
A autonomia e a independência que uma educação de qualidade pode proporcionar para as mulheres também foram defendidas por Lula.
“Uma mulher bem formada pode dizer para o parceiro: ‘Eu não sou sua empregada, eu não sou sua filha, eu sou sua mulher. Se você não me tratar com respeito, eu vou embora.’ Minha mãe, Dona Lindu, teve a coragem de se separar do meu pai com oito filhos pequenos. Ela cuidou tão bem de nós que o caçula dela virou presidente da República”, contou, enfatizando o poder transformador da educação na vida das pessoas.
Mensagem para a juventude
Lula concluiu seu discurso com uma mensagem de encorajamento aos jovens presentes e ressaltou a importância de não desistir dos estudos e de buscar um futuro melhor.
“Eu sei o que é procurar emprego sem profissão. Eu sei quantos ‘não’ ouvi na vida. Por isso, quero fazer um apelo à consciência e à dignidade de vocês. Não façam seus pais passarem vergonha. Não desistam da escola. Estudem para que seus pais tenham orgulho de vocês”, disse.
O presidente finalizou afirmando que a educação é um direito de todos e uma ferramenta essencial para a construção de um país mais justo e igualitário. “Por isso, quando falam que sou o ‘pai dos pobres’, eu digo que não sou pai de ninguém. Eu sou vocês, que chegaram à Presidência da República. Eu sei o que é morar em uma casa precária, esperar os colegas de trabalho irem embora para não ter que pedir carona porque não tinha dinheiro para o ônibus.”
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3,7 milhões no Pé-de-Meia
O Pé-de-Meia, instituído pela Lei nº 14.818/2024, é uma das principais políticas públicas voltadas para a educação no Brasil, com foco em reduzir as desigualdades e promover a inclusão social.
Além de proporcionar um suporte financeiro, o programa visa criar uma cultura de valorização da educação e planejamento financeiro entre os jovens. Com a ampliação anunciada, mais de 1 milhão de novos beneficiários serão adicionados aos 2,7 milhões de estudantes já atendidos, somando cerca de 3,7 milhões de jovens beneficiados em todo o país.
O evento contou com a presença de autoridades, estudantes e representantes da sociedade civil, todos reunidos para celebrar a expansão de um programa que promete impactar positivamente a vida de milhares de jovens.
Meio de transformação social
Durante a cerimônia, o ministro Camilo Santana falou que a educação é um meio de transformação social. “Eu acredito que não há nenhuma saída para nenhum país ou sociedade se desenvolver e gerar oportunidades, se não for através da educação”, afirmou Santana.
Ele relembrou a trajetória de dificuldades que o povo brasileiro enfrenta para ter acesso à educação de qualidade, ressaltando o papell do presidente Lula em democratizar esse acesso. “Foi esse presidente que deu a oportunidade para o filho de um trabalhador ou de uma doméstica virar médico, engenheiro ou advogado neste país”, declarou.
Incentivo financeiro
O Pé-de-Meia oferece um incentivo financeiro aos estudantes, que inclui um valor mensal de R$ 200, além de um depósito anual de R$ 1.000 ao final de cada ano concluído com aprovação. Os estudantes também recebem um adicional de R$ 200 pela participação no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), totalizando até R$ 9.200 ao final do ensino médio.
O benefício é depositado em uma conta aberta automaticamente pela Caixa Econômica Federal para os estudantes que cumprem os critérios do programa. Para garantir o acesso a essa poupança, os alunos precisam ter frequência escolar superior a 80% e aprovação nas disciplinas cursadas.
Da Redação do PT Nacional, com informações do MEC
