A deputada Erika Kokay (PT-DF) fez na tribuna da Câmara nesta semana um retrospecto dos governos do PT sob a ótica do fortalecimento das instituições do Estado brasileiro, que permitiu ao País passar a limpo sua própria história, combatendo e punindo corruptos e corruptores. A deputada mostrou que, a despeito da insistência de alguns setores em tentar colar a imagem do PT e dos governos petistas a todo malfeito já cometido no Brasil, foi o Partido dos Trabalhadores que rompeu a inoperância de governos anteriores complacentes com a cultura da corrupção e da impunidade.
“Não me venham dizer que o governo de Dilma Rousseff tem qualquer tipo de compromisso com a corrupção, porque ele tem exposto a corrupção. É fratura exposta. Tem exposto e tirado a corrupção de debaixo dos tapetes, alinhavados e tecidos com os pactos das elites que sempre dominaram este País. Vivemos um momento duro no Brasil, mas necessário, porque depois dos governos Lula e Dilma o Brasil passou a construir e a fortalecer os instrumentos de controle, que ainda precisam ser aprimorados”, destacou a parlamentar.
Para exemplificar o modus operandi dos governos tucanos, que compactuaram historicamente com a corrupção, Erika lembrou que um dos primeiros atos de Fernando Henrique Cardoso ao assumir a Presidência da República foi extinguir a Comissão Especial de Investigação, criada pelo seu antecessor, Itamar Franco. “Essa comissão foi extinta, talvez porque, se isso não tivesse ocorrido, os escândalos que foram os projetos de privatização teriam entrado nas páginas dos jornais, bem como os diversos outros escândalos ocorridos naquela época, quando se vendeu o País”, ressaltou Erika.
Diferentemente de FHC, Lula e Dilma – demostrou a deputada – caminharam no sentido de criar mecanismos de investigação e de punição. Erika reforçou que as instituições passaram a funcionar de uma maneira mais eficiente e – não obstante o volume de corrupção, “que é brutal” – alguns responsáveis estão na cadeia. A petista disse ainda que os tribunais começaram a funcionar, que os procuradores passaram a acusar e que a Polícia Federal, além de investigar, passou a prender.
Erika relembrou no plenário diversas estatísticas significativas sobre o trabalho da PF nos governos do PT, quando comparadas às ações efetuadas durante o governo FHC. Lembrou que durante os oitos anos dos tucanos na Presidência, a Polícia Federal realizou 48 operações. Em contraposição, nos oito anos do governo Lula, foram realizadas 1.273 operações envolvendo investigações com saldo de 15.754 pessoas presas. No governo Dilma, o ritmo foi ainda mais intenso: de janeiro de 2011 a abril de 2014, ocorreram 922 operações, que resultaram em mais de 6.400 prisões.
A deputada também criticou a tentativa “golpista de impeachment” e a postura seletiva da mídia que insiste em imputar responsabilidades à presidenta Dilma Rousseff e ao Partido dos Trabalhadores, mas se cala frente a tantas denúncias que envolvem muitos “dos que não tiveram competência para ganhar as últimas eleições”. “A tentativa do impeachment representa o sentimento daqueles que desistiram do processo democrático, porque sabem que o povo, ao escolher os seus representantes, fica e ficará sempre com aqueles que desnaturalizaram a fome”.
Depois de relatar muitos dos avanços econômicos e sociais dos governos Lula e Dilma, que promoveram distribuição de renda e combateram as desigualdades, a deputada Erika Kokay lamentou a postura elitista de setores da sociedade brasileira que não se conformam com a inclusão social que permitiu acabar com a fome no País e garantiu a ascensão de milhões e milhões de brasileiro.
“Por isso venho aqui, para dizer que não podemos permitir que se faça política como Medeia, o personagem da tragédia que assassinou seus filhos para punir o ex-marido que a traía (…). Temos uma crise que é superdimensionada nos instrumentos de comunicação, como se estivéssemos vivendo um período que nunca vivenciamos de dificuldades econômicas. Mas é preciso que as pessoas prestem atenção, aí vai se dizer: esta é a maior inflação desde 2007, este é o maior número de desemprego desde 2008, enfim, a comparação é sempre com o governo de Lula e de Dilma, porque todos os índices econômicos deste período em que nós estamos vivenciando hoje são melhores do que aqueles que nós vivenciamos durante o governo de Fernando Henrique Cardoso”, detalhou Erika.
PT na Câmara
Foto: Salu Parente/PT na Câmara