Lula afirma que julgamento sem prova contra Dilma marca início da “semana da vergonha nacional”

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O ex-presidente Lula afirmou nesta quinta-feira (25), durante ato público pela democracia e contra o desmonte dos setores de óleo e gás e indústria naval no País, que diante da falta de provas contra Dilma Rousseff o julgamento da presidenta pelo Senado marca o início da “semana da vergonha nacional”.

Diante de milhares de trabalhadores do Estaleiro Mauá, em Niterói (RJ), Lula disse ainda que os senadores que vão votar pelo impeachment “não estão cassando a Dilma, estão cassando o voto de vocês”, se referindo aos 54 milhões de votos que elegeram Dilma em 2014.

“A Dilma não cometeu nenhum ato de ilegalidade. O que eles (os golpistas) estão querendo é chegar ao poder sem precisar disputar o voto popular e ganhar através de um golpe no Congresso Nacional! ”, acusou Lula. O ex-presidente disse que seria mais digno para Michel Temer “esperar 2018 para disputar a eleição e saber a opinião do povo brasileiro”.

Durante o ato convocado pela CUT, Federação Única dos Petroleiros (FUP) e Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM), Lula também afirmou que a tentativa de golpe parlamentar em curso também tem como objetivo fragilizar a soberania nacional, e reduzir os direitos sociais e trabalhistas do povo brasileiro.

O ex-presidente lembrou que antes mesmo de chegar à presidência da República, em janeiro de 2003, ele já defendia reerguer a indústria naval e a Petrobras. Ele disse que em 1989, na primeira tentativa dele de chegar à presidência, já reconhecia a necessidade de fortalecer o setor.

“Após visitar as instalações do estaleiro Verolme, que estava fechado, percebi que muitos trabalhadores do setor estavam vendendo cerveja no isopor nas praias de Angra dos Reis. Resolvi que se chegasse a presidência iria reerguer a indústria naval no País”, relembrou.

Segundo Lula, após a vitória eleitoral em 2002- e por determinação do governo- a Petrobras começou a adquirir plataformas e navios nacionais reerguendo a indústria naval. Em uma crítica direta aos defensores da privatização da companhia, o ex-presidente disse que o “complexo de vira lata” move os interesses dos entreguistas do patrimônio público.

“Tem gente que acha que tudo que vem de fora é melhor. E essa gente que governou antes de nós, e governa agora, quer vender o patrimônio público, um pedaço da Petrobras, um pedaço do Banco do Brasil, e assim o Brasil vai perdendo parte da sua soberania para ficar mendigando favor de países mais ricos, fazendo prevalecer o complexo de vira-lata”, ressaltou.

Retorno– Sobre as investigações que vem sofrendo, Lula também destacou que nada tem a temer. Mas alertou que ameaças não o amedrontam.

“Se quiserem, podem me investigar. Há 2 anos me investigam, e podem investigar pelos próximos dois anos. Mas não venham com ameaça, porque esse pernambucano de Garanhuns que até os cinco anos não morreu de fome não tem razão para ter medo de nada”, desafiou.

Ao finalizar o discurso, Lula disse que para proteger as conquistas do povo brasileiro pode até mesmo abandonar a ideia de aproveitar a aposentadoria e voltar a disputar a eleição de 2018.

“Eu pensei que depois de sair da presidência iria aproveitar a aposentadoria. Mas a Globo mesmo não me esquece, fala de mim todo dia, vai gostar assim de mim lá longe. Mas não se preocupem, enquanto eu tiver essa voz rouca e as duas pernas funcionando, se tentarem tirar o que o povo pobre conquistou nesse País, o Lulinha paz e amor desaparece e volta o Lula para brigar e defender os interesses desse povo”, avisou.

Héber Carvalho

Foto: Ricardo Stuckert

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