Pensada dentro da estratégia de substituição de importações e de um Projeto Nacional Desenvolvimentista dos anos 1950, a Eletrobras (Centrais Elétricas Brasileiras S.A.) se transformou em um dos tentáculos da autonomia energética do país, responsável por mais de 30% da energia produzida.
A superempresa, atualmente, possui investimentos na América Latina, do Uruguai às Guianas, foi premiada como a melhor do ano mais de 100 vezes nos últimos seis anos, revelando que é uma empresa competitiva, de qualidade e geradora de energia limpa. Aliás, neste quesito, é a quinta do mundo.
Recentemente, a empresa recuperou a lucratividade que, historicamente, sempre teve: são quase R$ 26 bilhões gerados somente nos três últimos anos, mostrando que a momentânea crise foi superada e que a empresa consegue manter mais de 15 mil trabalhadores/as, investir em pesquisa, aumentar a capacidade instalada em megawatts, expandir a rede de transmissão por todo o país e promover o programa Luz para Todos, implantado pelo presidente Lula.
A privatização da Eletrobras trará consequências nefastas ao país e prejudicará a soberania nacional, a universalização da energia, a pesquisa em energia limpa, o controle de preços, a empregabilidade e o meio ambiente. A reedição das negociatas impostas pelo modelo neoliberal, que, ao longo dos anos, nos trouxe mais miséria e menos emprego significará perda do patrimônio nacional, convivência com elevadas tarifas para a população e possíveis desastres ambientais.
A falta de visão de futuro da energia brasileira nos coloca na contramão da história. China, Rússia, Índia e África do Sul, parceiros do BRICS, mantêm a energia de forma estratégica e estatal, além do Canadá, Noruega e Alemanha. Parte dos países da Europa caminha para a reestatização desses serviços pelos motivos mais triviais: o setor privado não conseguiu expandir a rede, não reduziu os preços como prometido e oferece serviços de péssima qualidade.
A Eletrobras é uma holding necessária e essencial para a soberania nacional, para a construção de um projeto de Nação e para o fornecimento de energia mais barata e limpa no Brasil. Atentar contra isso é trair a Constituição democrática e apunhalar, mais uma vez, o povo brasileiro.
Luizianne Lins é deputada federal PT-CE