Impressionante como o atual governo federal tem orgulho de seus “erros e omissões”. Exulta diante do crescimento de 1,2% do PIB no 1º trimestre de 2021, quando o resultado anual é retração de 3,8%. A economia afundou em 2020 junto com a desastrosa gestão da pandemia, que já matou mais de 500 mil brasileiros/as. A indolência e incompetência do governo Bolsonaro ficaram evidentes no atraso para pagar o auxílio emergencial, seguida de interrupção e redução do valor para pífios R$ 375,00 (máximos) em 2021.
A “vanguarda da estupidez” que impediu a vacinação massiva agora está destruindo empregos e o mercado interno. A taxa de desemprego subiu 14,7% no 1º trimestre de 2021 e atingiu o recorde de 14,8 milhões de desocupados. Os setores que mais ocupam – comércio e serviços – dependem da vacinação de trabalhadores e consumidores, mas o processo está atrasado! Pontualidade e tempestividade não são atributos do governo mandrião viciado em twitter. Tempo perdido, vidas sacrificadas, economia destroçada!
O único setor que cresceu, 5,7% no 1º trimestre e 2,3% anual, foi o agronegócio de exportação. Isto seria motivo de júbilo, não fosse o enorme prejuízo para maioria dos brasileiros. Como mostra a parcela do PIB sobre o consumo das famílias, que despencou 5,7%. A política econômica neoliberal do ministro Paulo Guedes enche os bolsos de poucos exportadores, quando a maioria dos brasileiros fica de panela vazia diante dos preços abusivos.
O patriotismo de fachada de Bolsonaro penaliza os brasileiros, favorecendo exportações para consumo internacional. Depois da epidemia de gripe suína, a China protegeu sua população reduzindo o rebanho e importando mais carne do Brasil. Os argentinos visaram ao interesse nacional ao restringir a exportação de carne para proteger o consumo interno. Nesses países, os governos defenderam a saúde e o bolso de seus cidadãos, enquanto que, no Brasil, o governo Bolsonaro – com seu nacionalismo “para inglês ver” – assalta, diariamente e “sem máscara”, o bolso dos brasileiros.
Urge desmistificar esse nefasto modelo econômico concentrado no agronegócio exportador e seu enorme custo para a nação em devastação ambiental, desemprego e redução do poder de compra dos salários.
Luizianne Lins é deputada federal (PT-CE)