Luiz Couto critica ineficiência do Judiciário nos crimes de chacina e lista casos históricos desde 1990

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O deputado Luiz Couto (PT-PB)ocupou a tribuna da Câmara, na semana passada , para manifestar preocupação quanto ao aumento da violência, especialmente casos de chacina, e à ineficiência do Judiciário.

Segundo o parlamentar paraibano, “crimes violentos como homicídios dolosos, latrocínios, estupros e as chacinas cresceram desenfreadamente” neste  início de ano. E o aumento no número de assassinatos, na opinião de Couto, pode estar relacionado à atuação dos chamados “esquadrões da morte” nas grandes cidades, organizações que contariam, inclusive, com a participação de policiais.

“Com experiência vivida através de uma comissão parlamentar de inquérito, afirmo que um dos sintomas de que a onda de assassinatos teria voltado na proporção de décadas anteriores é o indício de que as chacinas possam ter sido cometidas por grupos de extermínio compostos também por policiais”, disse Couto.

Para o deputado, os grupos de extermínio “são facções vivas em diversos estados brasileiros” e atuam para vingar mortes e servir ao crime organizado. “Em Campinas , no mês de Janeiro, 12 pessoas foram brutalmente assassinadas em apenas uma noite. Um dos sobreviventes relatou que há suspeita de que policiais militares estejam envolvidos nos crimes. Temos que acabar com essas violações. Temos de desestruturar essas organizações criminosas, às vezes, dentro dos órgãos públicos”, cobra.

Luiz Couto também criticou a lentidão da Justiça na investigação desses casos. “Infelizmente, há hoje uma impunidade reinante porque, na maioria destes crimes, o julgamento não foi feito”, lamenta.

“Temos vários exemplos, durante todos os anos, em que testemunhas são coagidas e assassinadas por serem a principal peça de um grande quebra cabeça. O assassinato do advogado, Manoel Mattos, é um exemplo desta situação. São anos de luta, de mortes e de injustiças. Neste caso, nem a federalização do assassinato nos trouxe paz”, citou Luiz Couto, referindo-se ao caso do advogado que foi assassinado por pistoleiros, em janeiro de 2009, por denunciar a ação de grupos de extermínio na Paraíba e em Pernambuco.

O parlamentar listou uma extensa série de chacinas ocorridas no Brasil nas últimas duas décadas, a maioria sem julgamento ou investigação adequada:

Chacina de Acari (1990); de Matupá (1991); Massacre do Carandiru (1992); Candelária e Vigário Geral (1993); Alto da Bondade (1994); Corumbiara (1995); Eldorado dos Carajás (1996); São Gonçalo e da Favela Naval (1997); Alhandra e Maracanã (1998); Cavalaria e Vila Prudente (1999); Jacareí(2000); Caraguatatuba (2001); Castelinho, Jd. Presidente Dutra e Urso Branco (2002); Amarelinho, Via Show e Borel (2003); Unaí, Caju, Praça da Sé e Felisburgo (2004); Baixada Fluminense (2005); Crimes de Maio (2006); Complexo do Alemão (2007); Morro da Providência (2008); Canabrava (2009); Vitória da Conquista e os Crimes de Abril na Baixada Santista (2010); Praia Grande e Favela do Moinho (2011); Massacre do Pinheirinho, Chacina do ABC, de Saramandaia, da Aldeia Teles Pires, da Penha, Favela da Chatuba, Várzea Paulista, os Crimes de Junho, Julho, Agosto, Setembro, Outubro, Novembro e Dezembro (2012), a Chacina do Jd. Rosana, Repressão à Revolta da Catraca, Viaduto José Alencar, Chacina da Maré, Morro da Quitanda (2013), Chacina em Campinas-SP, Chacina na praia do Seixas – PB (2014).

 “A marca de sangue que estas chacinas estão deixando em nosso país clama por justiça”, concluiu o deputado.

Rogério Tomaz Jr.

Foto: Agência Câmara

 

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