Parlamentares da Bancada do PT usaram a tribuna da Câmara hoje (23) para manifestar apoio ao Lockdown Nacional – dia de luta em defesa da vida, da vacina, do emprego e do auxílio emergencial de R$ 600 para desempregados e informais – marcado para esta quarta-feira (24). A mobilização foi convocada pela CUT, demais centrais sindicais e as frentes Brasil Popular e Povo sem Medo.
A deputada Benedita da Silva (PT-RJ) afirmou que os trabalhadores vão fazer uma grande mobilização para defender aquilo que é importante neste momento para a população, diante da tragédia que nós estamos vivendo com a Covid-19. “Nós estamos e eles estarão nesta mobilização, defendendo a vida das pessoas, defendendo vacina para todos e todas, e que ela seja gratuita. Defenderemos também o auxílio emergencial de R$ 600 para os desempregados e também para os informais”, afirmou.
Benedita enfatizou ainda que todos estarão em casa, protestando e denunciando através das redes. “São 2 mil pessoas que morrem por dia porque não há vaga em hospital, não tem leito, não tem UTI para atendê-las. Por isso é preciso dizer: Basta!”, protestou.
Ao manifestar seu apoio à mobilização desta quarta-feira, o deputado Vicentinho (PT-SP) destacou as atitudes genocidas do Bolsonaro, “que boicotou as vacinas; negou a crise; quando chamou o povo de ‘maricas’, de covarde; que deu risadinha e disse que era brincadeira”. Ele afirmou que é preciso que a sociedade toda se junte a essa luta pela vida. “Devemos permanecer nessa luta, pessoal. É verdade que, diante dessa luta, há a crise econômica. Nosso povo está sofrendo nas periferias, sem condição de se proteger do coronavírus e sem condição de se alimentar, por isso é fundamental garantir o auxílio emergencial de R$ 600”.
Revalida
Vicentinho defendeu ainda o Revalida para médicos brasileiros formados no exterior. Ele destacou que existe um grupo de 15 mil médicos e médicas formados fora do Brasil que querem ajudar neste momento de pandemia. “Fizemos uma lei para esses médicos com critérios para a revalidação dois diplomas. Mas os editais sequer foram adotados de acordo com a lei, pois excluíram os que estão nas periferias”, protestou.
O deputado citou ainda os profissionais do programa Mais Médicos. “Esses médicos poderiam estar contribuindo, cuidando da nossa periferia, cuidando da nossa gente. Muitos estão desempregados.
Outros, querem contribuir e não podem: assistem à morte do vizinho, do parente e não podem atuar como médicos porque, no Estado brasileiro, a turma do Bolsonaro e aliados não deixa que esses profissionais exerçam as suas funções”, denunciou.
Incompetência generalizada
O deputado Nilto Tatto (PT-SP) prestou solidariedade aos familiares e amigos das mais de 295 mil vítimas da Covid-19. “A situação está totalmente fora de controle. Faltam leitos e profissionais de saúde. Agora estamos próximos de até não haver medicamentos para intubação devido à incompetência generalizada do governo Bolsonaro, que tem uma falência crônica de gestão e de inteligência”, desabafou.
Na avaliação do deputado Tatto, não é possível que a Câmara dos Deputados siga alheia à tragédia que o povo brasileiro está vivendo todos os dias. “A impressão que tenho é a de que muitos dos colegas aqui vivem em outra realidade completamente paralela. Quando o nosso povo mais precisa de recursos, esta Câmara aprova o novo ajuste fiscal, que resultará em menos capacidade de investimento do Estado, ou seja, vai gerar, no médio prazo, mais fome, desemprego e miséria”, criticou.
O deputado Paulão (PT-AL) também lamentou a indiferença de parlamentares, principalmente da base de apoio ao governo Bolsonaro, diante do agravamento da pandemia. “É lamentável que alguns colegas deste Parlamento estejam vivendo numa bolha, sem saber a realidade que o Brasil vem atravessando. A unidade de ação de todos nós, independente de corte ideológico, seria a articulação para haver vacinação em massa. Isso tinha que ser planejado. Infelizmente, este presidente genocida não tem responsabilidade com a vida. E é por isso que proporcionalmente o Brasil está no ranking como um dos que tem os maiores índices de mortes no mundo, vítimas dessa política desastrada de vários ministros da Saúde e do próprio presidente da República. É lamentável!”, desabafou.
Paulão defendeu a aprovação urgente do auxílio emergencial de R$ 600. O benefício que foi implantado agora pelo Bolsonaro é uma vergonha para o Brasil”, criticou o deputado, se referindo a nova rodada de benefício proposto pelo governo que vai de R$ 150 a R$ 375.
O deputado Frei Anastácio (PT-PB) se solidarizou com os familiares de 295 mil famílias que estão de luto, “mas Bolsonaro faz de conta que nada disso está acontecendo e ainda acha ruim quando é chamado de genocida”. Ele disse ainda que diante de toda a negligência, “o presidente ainda tem a cara de pau de divulgar sempre que quer comprar vacinas, mas o presidente do Instituto Butantan revelou que Bolsonaro recusou comprar 160 milhões de doses de vacinas, em julho do ano passado”.
Ele citou ainda que Bolsonaro se recusou a comprar 70 milhões de doses no mês de agosto de 2020 e abdicou em assumir um plano de imunidade solicitado pelo Tribunal de Contas da União. “E o povo morrendo, como está, é lamentável!”.
Vânia Rodrigues