Líder do PT na Câmara repudia tentativa de calar oposição com mudança do regimento

O deputado federal Elvino Bohn Gass (RS), líder do PT na Câmara, repudiou, nesta terça-feira (11), a tentativa da base bolsonarista de alterar o regimento interno da Câmara.

Em artigo no site da Folha de S.Paulo, o parlamentar denunciou que o projeto de resolução (PRC 35/2021), de autoria do deputado Efraim Filho (DEM-PB), “é, na prática, uma lei da mordaça para dar às forças oposicionistas um mero papel figurativo frente a um rolo compressor de uma maioria eventual. Sob o disfarce de agilizar os trabalhos, reduz-se a voz dos contrários, o que configura um atentado à democracia”.

Bohn Gass, destacou, ainda, que se trata de um “retrocesso inadmissível”, pois o projeto acaba com os destaques e com o direito à manifestação de divergência e limita requerimentos.

“Democracia sólida pressupõe liberdade de voz e atuação da oposição e da minoria no Congresso Nacional. O bolsonarismo, com a proposta atual, não quer aprimorar normas, mas restringir esse direito essencial. Em outras palavras, a maioria quer que o governo fale sozinho e não seja contestado”, escreveu Bohn Gass.

Leia a íntegra da nota:

Querem calar a voz da oposição na Câmara

É inaceitável a tentativa das forças bolsonaristas de calar a voz da oposição e da minoria com a mudança do regimento interno na Câmara dos Deputados. O projeto de resolução (PRC 35/2021) de autoria do deputado Efraim Filho (DEM-PB) é, na prática, uma lei da mordaça para dar às forças oposicionistas um mero papel figurativo frente a um rolo compressor de uma maioria eventual. Sob o disfarce de agilizar os trabalhos, reduz-se a voz dos contrários, o que configura um atentado à democracia.

É legítima a discussão sobre um ou outro item, desde que seja no sentido de aprimorar o funcionamento da Câmara. Entretanto, o projeto acaba com os destaques, limita requerimentos e aniquila o direito à manifestação de divergências. Significa que pode haver sessão sem requerimento nenhum e sem contestação. A minoria, em vez de ter requerimentos próprios, só poderá discutir.

O projeto não acaba só com a possibilidade de obstrução da oposição. Ele fortalece o relator, impedindo qualquer minoria de atuar contra o interesse da maioria voltada à defesa de um projeto específico. Um retrocesso inadmissível.

Desde a promulgação da Constituição de 1988, Câmara e Senado elaboraram seus regimentos internos que garantiram de uma só vez a limpeza do entulho autoritário herdado do regime militar e asseguraram o direito da oposição dentro do Parlamento, com um conjunto de instrumentos agora alvo do bolsonarismo.

Todos os governos nos últimos 30 anos que antecederam o atual —os dos presidentes José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma Rousseff— enquadraram-se nas normas e foram levados a dialogar com as bancadas minoritárias. Nem por isso, deixaram de aprovar matérias de seu interesse. Mas não foi calada a voz e nem cerceada a atuação das oposições.

Desde sua posse, em janeiro de 2019, o presidente neofascista Jair Bolsonaro tenta mudar as regras para que a sua maioria no Congresso Nacional, ignorando a minoria, “tratore” tudo e “passe a boiada”, para usar duas expressões comuns a este momento sombrio em que vivemos.

Nenhum ex-presidente da Câmara cedeu a essas pressões. Prevaleceu, sempre, o entendimento democrático de que a minoria de hoje pode ser maioria de amanhã, e vice-versa. A garantia dos espaços de atuação da oposição e da minoria é pré-requisito essencial de qualquer Parlamento.

Se o projeto passar, o governo vai aprovar suas pautas sem debatê-las. Isso não permite que se exerça a principal atividade do Parlamento, que é debater os temas, aprofundando-os até que se encontre o caminho mais seguro, a síntese mais completa das opiniões. O governo quer aprovar suas pautas entreguistas e demolidora de direitos da população sem debate. Nós acreditamos que é com argumentação sólida que se constroem narrativas verdadeiras e transparentes.

Os instrumentos de que a oposição dispõe hoje, entre os quais a possibilidade de pedido de adiamento de debate sobre determinado projeto, inversão de pauta de votação e verificação de quórum, por exemplo, serão suprimidos. O caráter autoritário dos bolsonaristas ou os simples interesses clientelistas dos que por ora têm maioria na Câmara formam o pano de fundo em prol dessa mudança oportunista.

Alegam que os instrumentos existentes há mais de 30 anos paralisam ou retardam a votação de projetos importantes. Ora, é uma atitude antidemocrática tentar suprimir esses recursos; querem reduzir nosso papel e ferir a representação democrática na Câmara e a opinião do eleitor.

As ferramentas que garantem a atuação de quem pensa diferente são legítimas, existem em qualquer sistema democrático. Suprimi-las significa pavimentar um arriscado caminho para a “ditadura da maioria” no Congresso Nacional. Os que hoje pensam em golpear a democracia, com base em seus interesses momentâneos, devem se lembrar de que eventuais mudanças no regimento vão atingir frontalmente a liberdade do exercício parlamentar, numa atividade na qual quem é governo hoje pode ser oposição amanhã.

Democracia sólida pressupõe liberdade de voz e atuação da oposição e da minoria no Congresso Nacional. O bolsonarismo, com a proposta atual, não quer aprimorar normas, mas restringir esse direito essencial. Em outras palavras, a maioria quer que o governo fale sozinho e não seja contestado.

Por Revista Fórum

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Postagens recentes

CADASTRE-SE PARA RECEBER MAIS INFORMAÇÕES DO PT NA CÂMARA

Veja Também

Jaya9

Mostbet

MCW

Jeetwin

Babu88

Nagad88

Betvisa

Marvelbet

Baji999

Jeetbuzz

Mostplay

Melbet

Betjili

Six6s

Krikya

Glory Casino

Betjee

Jita Ace

Crickex

Winbdt

PBC88

R777

Jitawin

Khela88

Bhaggo

jaya9

mcw

jeetwin

nagad88

betvisa

marvelbet

baji999

jeetbuzz

crickex

https://smoke.pl/wp-includes/depo10/

Depo 10 Bonus 10

Slot Bet 100

Depo 10 Bonus 10

Garansi Kekalahan 100