Líder do PT defende unidade interna para as transformações necessárias ao País

Deputado Zeca Dirceu. Foto: Gustavo Bezerra

O líder do PT na Câmara, deputado Zeca Dirceu (PT-PR), esclareceu, em entrevista concedida ao portal Metrópoles nesta terça-feira (17), temas como eleição da Mesa da Câmara, CPI, governabilidade e outros assuntos que serão pautas da nova Legislatura que se inicia a partir de 2 de fevereiro. O líder petista explicou que no caso da Mesa Diretora da Casa, o partido tomou a decisão de apoiar a reeleição do deputado Arthur Lira (PP-AL) em nome da governabilidade e das transformações necessárias ao País.

“O que está por trás da nossa decisão é a viabilidade e o grau de responsabilidade que temos que ter diante das tarefas que temos condições de cumprir e entregar ao País. Por isso que o PT adotou a estratégia que adotou. Não é aquela dos nossos sonhos, mas é a aquela que está pragmaticamente disponível”, reconheceu Zeca Dirceu.

O parlamentar observou ainda que para o Brasil voltar a crescer, gerar emprego, erradicar a fome, retomar programas da educação, saúde, moradia, é necessário a retomada de um processo de transformação. “Sabemos que é possível fazer, já experimentamos em nossos governos e precisa ser retomado. Esse processo jamais irá avançar se o PT não tiver no Congresso Nacional ocupando espaço de poder”, constatou.

Protagonismo do PT

Zeca Dirceu contou que tem trabalhado muito para que o PT tenha protagonismo ocupando os espaços de destaques na Mesa Diretora da Câmara, nas comissões, nas relatorias e outros espaços de poder que existem na Câmara e no Congresso Nacional. “Esse é um direito já que o PT tem uma bancada de 68 deputados, a Federação com o PV e o PCdoB somam 80 parlamentares”, explicou.

Para ele, esse pleito é razoável e justo. “Dentro de um entendimento com os líderes dos partidos, com o presidente Arthur Lira -, o PT volte a ocupar, tanto na Mesa Diretora quanto nas comissões, posição de destaque. Ainda não há uma definição”, adiantou Zeca.

CCJ

Sobre a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) o líder do PT afirmou que tanto o PT quanto outros partidos grandes pleiteiam essa comissão e também a vice-presidência e a primeira-secretaria. Segundo o deputado, algumas dessas posições, por entendimento ou acordo podem ser do PT, mas que ainda não foram definidas.

“Estou dialogando com a bancada para que façamos tudo com o maior diálogo e transparência possível, sem manobra de última hora e cada um ocupe o espaço de acordo com o tamanho que tem e que a população consagrou nas urnas”, frisou.

Disse ainda o líder, que está pactuado é que “não vamos fazer disso a disputa sangrenta, de traição, de puxada de tapete”. Segundo ele, o momento atual, o ataque que a nação sofreu no dia 8 de janeiro, com depredação dos Três Poderes “exige de todos nós muita calmaria nesse momento, serenidade e um espirito de quase unidade interna”.

“Isso não é para estar ao lado ou não do governo, do Arthur Lira, é para defender a instituição, o Congresso Nacional, a Casa do povo brasileiro”, disse.

Invasões e minuta golpista

Questionado sobre como a Câmara agirá em relação à parlamentares que apoiaram e defenderam a tentativa de golpe do último dia 8 de janeiro, Zeca Dirceu classificou os ataques golpistas de “gravíssimo” e “inaceitável”. Ele acredita que todos, independentemente de posição que ocupam, serão identificados e punidos dentro dos limites da lei. “Isso já está acontecendo, inclusive com alguns deputados. Eu, junto com deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), apresentei ao STF uma denúncia – com provas – de posicionamento de quatro parlamentares que agora o Supremo já deu início às investigações, e eles vão ser denunciados e julgados conforme estabelecem as leis do País”, anunciou Zeca Dirceu.

O deputado respondeu também à questionamento sobre a leniência do Conselho de Ética da Câmara em punir parlamentares que atacam as instituições. Segundo ele, o fato recente que estarreceu o país, levará O Conselho de Ética a se posicionar diferente, com mais rapidez e de forma incisiva.

“Eu tenho fé que o Conselho de Ética vai agir diferente. E não é só por fé não, mas é porque o que aconteceu agora é totalmente diferente de qualquer outro fato que o Brasil já tenha visto. Destruíram o STF, o Congresso, o Palácio do Planalto, tentaram dar um golpe de Estado, romper com a normalidade democrática do País. Isso vai obrigar o Conselho de Ética a agir diferente porque é um fato de repercussão mundial que acabou ferindo a imagem do Brasil no mundo”, esclareceu.

CPI atos terroristas

Zeca Dirceu esclareceu também que a bancada do PT decidiu adiar a decisão de assinar pedido de abertura de CPI para investigar atos antidemocráticos. Ele explicou que essa posição foi adotada para “focar nas questões prioritárias”.

“Minha opinião é que temos que ter cuidado, cautela e observar o que está acontecendo. Vou dar um exemplo: Se as polícias estiverem cumprindo todas as suas tarefas e suas obrigações, identificando, fazendo os inquéritos e apresentando as denúncias. O Ministério Público estiver cumprindo seu papel, se o Judiciário estiver cumprindo seu papel, como me parece que está cumprindo. Onde a câmara vai avançar? No Conselho de Ética talvez. Mas uma CPI, raras as exceções, sempre vira palco de disputa política. Não acho razoável”, ponderou Zeca Dirceu.

Benildes Rodrigues

 

 

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