Líder do PT defende que Congresso incorpore pauta da Marcha das Margaridas

Na Marcha das Margaridas, líder Zeca Dirceu conversa com as trabalhadoras rurais. Foto: Gabriel Paiva

O líder da Bancada do PT, deputado Zeca Dirceu (PR), usou a tribuna da Câmara nesta quinta-feira (17) para pedir sensibilidade do Congresso Nacional com a pauta apresentada pelas trabalhadoras rurais durante a tradicional Marcha das Margaridas, realizada ontem, em Brasília. “O que está contido ali impacta o emprego, a renda, o projeto do País do presidente Lula, que é de união e reconstrução nacionais”, argumentou.

Zeca Dirceu disse que não tem dúvida nenhuma de que a Marcha das Margaridas foi e será a maior mobilização popular deste ano de 2023. “Como é bom ver a organização, a mobilização popular dialogando conosco aqui, dialogando com o governo, dialogando com o Parlamento, com cada deputado e deputada de forma civilizada, mas muito aguerrida, trazendo aqui as suas pautas, as suas reivindicações, que envolvem a agricultura familiar, as entidades, as organizações do campo, que envolvem a luta das mulheres por direitos, por dignidade, e contra qualquer tipo de violência, de preconceito, de discriminação”, afirmou.

O deputado lembrou que na sua trajetória de 23 anos de vida pública, nunca titubeou, sempre estive ao lado das mulheres. “E é dessa forma que a nossa Bancada do PT, da federação, do PV e do PCdoB também sempre se comportou e sempre vai se comportar aqui dentro da Câmara dos Deputados. Estabelecemos sempre com as nossas deputadas e os nossos deputados uma relação de respeito”.

O líder do PT disse que constantemente tem lutado e criado condições para que as mulheres ocupem posições de destaque, comando, liderança, seja aqui no Parlamento, seja na vida em sociedade, nas empresas, nas organizações. Ele destacou ainda que há muito tempo, no Partido dos Trabalhadores, onde a direção é paritária, composta de 50% de homens e de 50% de mulheres em todas as suas instâncias.

Cotas para mulheres

“E foi o Partido dos Trabalhadores também, que, primeiro — eu acho que isso já faz mais de 20 anos —, garantiu os espaços, as cotas, para que as mulheres pudessem disputar eleições, ser vereadoras, deputadas estaduais e federais, senadoras, a ponto de chegamos a ter, pela primeira vez e única na história do Brasil, uma mulher, a presidenta Dilma, que hoje é presidente do banco dos Brics, governando o nosso País”, citou Zeca Dirceu.

Ele aproveitou para saudar a Contag e todas as demais organizações responsáveis pela mobilização que trouxe ao Planalto Central cerca de 100 mil mulheres de todos os cantos do Brasil. “Quero também saudar a primeira-dama Janja, que esteve lá participando, mas participou também de todo o processo, ajudando, contribuindo com a motivação, com a organização tão necessária para que um evento dessa magnitude estivesse acontecendo”.

O líder ainda citou trecho da saudação do presidente Lula às “Margaridas”, durante a sua participação no encerramento da marcha. “Lula afirmou que todas as vezes que tentarem fazer cair uma margarida, outros milhares irão florescer. São mulheres fortes, que semeiam amor, produzem alimentos, geram oportunidades e ajudam a reconstruir o nosso País. Os poderosos, os fascistas, os golpistas podem matar uma, duas ou três margaridas, mas jamais evitarão a vinda da primavera”.

A saudação do Lula é uma referência à Margarida Alves, que dá o nome à marcha. Ela é considerada um símbolo da luta pelos direitos das mulheres e dos trabalhadores rurais no Brasil. A sindicalista paraibana, que rompeu com padrões tradicionais de gênero ao ocupar por 12 anos a presidência do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba, foi brutalmente assassinada no dia 12 de agosto de 1983.

Medidas anunciadas

O presidente Lula, também na sua participação na marcha, assinou sete decretos voltados às trabalhadoras rurais brasileiras e anunciou a retomada da reforma agrária no País, com pontuação especial para famílias chefiadas por mulher. Entre as medidas anunciadas, destaca o “Quintais produtivos para Mulheres Rurais”, que é uma demanda antiga da Marcha das Margaridas, e que vai aprimorar a produtividade e a sustentabilidade, garantido a segurança alimentar e geração de renda às mulheres.

Lula assinou um Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios no País e os decretos que retoma o Programa Bolsa Verde e o que institui o Programa Nacional de Cidadania Mulher Rural, que prevê documentação, titulação conjunta da terra e ao território contribuindo para que as mulheres do campo possam viver com dignidade.

Zeca Dirceu encerrou seu discurso afirmando que ontem foi um dia histórico, “um dia emocionante e importante para as mulheres, para nós, homens, e para todo o Brasil”.

 

Vânia Rodrigues

 

 

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