O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), afirmou que o decreto de Temer que propõe a Intervenção Federal na Segurança Pública do Rio de Janeiro é “politiqueiro” porque tem como objetivo “desviar o foco da fragilidade do governo em aprovar a Reforma da Previdência”. Durante o debate, Pimenta alertou que a utilização das Forças Armadas na segurança pública não é garantia de redução da criminalidade. Apesar da obstrução do PT e de partidos de oposição, na noite desta segunda-feira (19) a base governista conseguiu aprovar o decreto de Temer com 340 votos favoráveis e 72 contrários.
“Um governo falido e rejeitado por 97% da população deveria dizer que não tem votos para aprovar a Reforma da Previdência, e não jogar com o sentimento da população num gesto politiqueiro. O Rio é o 10º estado em mortes violentas, e o 20º no índice geral de violência. Então porque a intervenção no Rio? Por causa da visibilidade política, ou porque lá está a Rede Globo? Alguém acredita que um presidente acusado pelo Ministério Público de chefiar uma organização criminosa, que tem ministros como Eliseu Padilha e Moreira Franco só não foram para a cadeia porque têm foro privilegiado, tem condições de combater o crime? ”, indagou Pimenta.
Segundo o líder do PT na Câmara, a segurança pública nunca foi preocupação de Temer. Como exemplo, ele lembrou que o compromisso assumido pelo governo federal com os governadores de todos os Estados em ações de segurança pública – em outubro do ano passado na Carta do Acre – nunca saiu do papel.
O parlamentar disse ainda que outras medidas poderiam ser mais eficazes para enfrentar a violência. “Segurança pública se faz com planejamento, inteligência e trabalho profissional. O próprio comandante do Exército disse nessa Casa que segurança pública não é papel daquela força. O complexo da Maré (RJ) já foi ocupado por 14 meses, foram gastos R$ 600 milhões, e a criminalidade não foi reduzida. Nos países onde o Exército foi utilizado na segurança pública, como Peru e México, os resultados foram desastrosos”, alertou Pimenta.
Héber Carvalho
Foto: Gustavo Bezerra/PTnaCâmara