Líder do MST é uma inspiração na luta pela justiça social, afirmam parlamentares do PT

Stédile dá aula sobre reforma agrária na CPI do MST. Fotos: Gustavo Bezerra

O líder do MST João Pedro Stédile esteve na CPI do MST, nessa terça-feira (15), onde defendeu que o País priorize a reforma agrária. Os parlamentares da Bancada do PT na Câmara reafirmaram a importância do movimento e parabenizaram Stédile que é “uma inspiração na luta pela justiça social”.

“João Pedro Stédile é um grande líder que tem um respeito internacional conquistado ao longo da história de luta da classe trabalhadora, e que orgulha todos os homens e mulheres que acreditam em uma sociedade justa, fraterna e igualitária”, apontou o deputado João Daniel (PT-SE) que é coordenador do Núcleo Agrário do PT no Congresso Nacional.

Para o parlamentar a CPI tenta criminalizar o MST e atende aos interesses dos bolsonaristas. “Já tem um relatório pronto, que atende aos interesses do bolsonarismo derrotado na última eleição, que não tem nenhum compromisso com a questão da reforma agrária, da agricultura familiar brasileira”.

“O MST é uma inspiração para a gente enfrentar dois grandes desafios: enfrentar a desigualdade desse País e ao mesmo tempo enfrentar a crise climática. E a pratica de vocês nos assentamentos nos inspira na luta do dia a dia aqui [Congresso Nacional]”, apontou Nilto Tatto (PT-SP).

O deputado Valmir Assunção (PT-BA) parabenizou o líder do MST por comparecer à CPI sem habeas corpus e responder a todos os questionamentos. “Veio livre, porque é um cidadão que não tem o que esconder. Veio para fazer as explicações, defender uma tese política, uma posição política, que é o fortalecimento dos movimentos sociais, defender a reforma agrária, defender a militância do Movimento Sem Terra, dos movimentos sociais do Brasil”.

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Democracia e reforma agrária

Stédile também desmontou as narrativas de que o MST teria métodos autoritários de organização. Ele explicou que as regras internas de acampamento e assentamentos são democráticas e definidas em assembleia, por decisão da maioria dos votantes.

Sobre a reforma agrária, Stédile ressaltou que a democratização do acesso à terra daria um novo impulso à economia brasileira, além de beneficiar dezenas de milhares de famílias atualmente acampadas. O líder do MST explicou que, apesar dos elogios de bolsonaristas ao atual modelo de produção de alimentos no Brasil, o sistema vigente pode acabar inviabilizando a própria agricultura brasileira.

“Eu sei que muitos que estão aqui não tem a compreensão de porque as pessoas ficam, 12, 13, 14 anos debaixo da lona preta para conseguir um pedaço de terra. É porque o Estado brasileiro tem responsabilidade de desapropriar a terra, e eles levam anos e anos para desapropriar, deixando as famílias no sal. Por isso que não agiliza o processo de reforma agrária. A minha expectativa é que nós possamos sair dessa CPI, e possamos ajustar a legislação e, ao mesmo tempo, os recursos do Incra para viabilizar os processos de reforma agrária, e diminuir o sofrimento daqueles e daquelas que lutam por reforma agrária”, disse Valmir Assunção.

Quadro anos de perseguição

O deputado Marcon (PT-RS) denunciou a perseguição feita aos movimentos sociais e ao povo mais humilde do Brasil pelo desgoverno do ex-presidente Bolsonaro. “Eu fui acampado por 4 anos e meio. Foi sacanagem o que o governo Bolsonaro fez com os acampamentos – quando vocês forem visitar os acampamentos vocês tinham que pedir desculpas para o povo – porque Bolsonaro perseguiu os pobres, sequer distribuiu cesta básica, Bolsonaro foi inimigo dos acampados”.

Marcon também elogiou a liderança de Stédile. “João Pedro, eu tenho muito orgulho da sua liderança. A sua fala é uma escola para quem quer entender e para aquele que não quer entender. Eu, Valmir Assunção e o João Daniel estamos aqui com muita dignidade e com o apoio de vários companheiros e companheiras que defendem a justiça social nesse País. Nós nunca mudamos de lado para fazer o discurso fácil nessa Câmara como alguns que estão aqui”.

Inspiração

“Stédile eu não esperava nada diferente de você. Desde a Constituinte você respeita a democracia, você respeita a vida e que você consiga manter essa inspiração para todos nós”, declarou o deputado Paulão (PT-AL).

Para a deputada delegada Adriana Accorsi (PT-GO) a CPI mostra a toda a população brasileira a importância do MST e da reforma agrária para o desenvolvimento do País. “Além de tudo que já foi falado aqui, o MST é o maior produtor de arroz orgânico da América Latina. O projeto que ganhou as eleições no País, que foi eleito pelo povo brasileiro não é o do ódio, não é o da criminalização de quem luta pelos seus direitos, é da esperança, é da reconstrução desse País. E nós vamos conseguir fazer a reforma agrária”.

O deputado Padre João (PT-MG) assegurou que os parlamentares do PT não irão permitir que passem “a boiada”. “Nós produzimos arroz, feijão, milho, mandioca, comida de verdade sem veneno. Nós temos que ser cuidadores da mãe terra. Nós não vamos permitir passar a boiada”.

Foto: @oimatheusalves

 

Lorena Vale

 

 

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