Foto: Liderança do Governo
A equipe econômica do governo trabalha para apresentar até esta quarta-feira (11) uma proposta alternativa de correção da tabela do Imposto de Renda. A informação foi confirmada pelo ministro de Relações Institucionais, Pepe Vargas, em reunião com os líderes da base aliada realizada nesta terça-feira, na Câmara. “A proposta está sendo construída no diálogo e vamos apresenta-la antes da sessão do Congresso Nacional convocada para esta quarta-feira, às 11h, para apreciar vetos, entre eles o que corrigia a tabela em 6,5%”, explicou o ministro. O projeto original do governo previa a correção da tabela em 4,5%, mas foi modificado no Congresso e vetado em janeiro pelo governo.
Pepe Vargas destacou que os líderes dos partidos da base, tanto no Senado como na Câmara, entenderam a necessidade da proposta alternativa, que trabalha a progressividade. “Ao longo do dia vamos trabalhar essa proposta que, a pedido dos líderes, deve vir em forma de medida provisória”, acrescentou.
Na reunião com os líderes, o ministro argumentou que o governo do PT e aliados reajustou a tabela de 2005 a 2014 em 69%, “um índice inclusive superior à inflação do período”. Pepe Vargas enfatizou que em 2009 o governo apresentou uma nova tabela do IR, com as alíquotas intermediárias. “Vale lembrar que antes de 2009, as pessoas pagavam ou uma alíquota de 15% ou de 27,5%. Hoje as alíquotas são de 7,5%, de 22,5% , de 25%, e de 27,5%. Isso significa que todas as pessoas estão pagando menos imposto de renda”, afirmou, o ministro, acrescentando que, apesar disto, o governo trabalha para melhorar a correção da tabela do IR para valer ainda neste ano.
O líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), avaliou como positiva a reunião com o ministro e está confiante de que a proposta alternativa do governo vá garantir a manutenção dos vetos que serão apreciados nesta quarta-feira. “A base está afinada e disposta a apoiar o governo nas votações desta semana”, frisou Guimarães. Ele acrescentou que os líderes entenderam que a correção de 6,5% “não cabe no orçamento” e, por isso, serão parceiros na construção dessa proposta alternativa que avança de forma progressiva no percentual de 4,5% que foi proposto inicialmente pelo governo.
Salario mínimo – Sobre a possibilidade de a Câmara votar, ainda nesta semana, o projeto de lei (PL 3771/12) que institui uma política permanente para o reajuste do salário mínimo, semelhante à atual, para os próximos dez anos (inflação mais variação do Produto Interno Bruno), Guimarães disse que trabalha com a possiblidade da matéria entrar em pauta só em abril. “Não podemos votar a proposta sem antes discuti-la com as centrais sindicais”, defendeu.
O líder do governo disse que ainda que a política de valorização do salário mínimo já está em curso e foi construído pelo governo do PT em parceria com o movimento sindical. “O governo não é contra estendê-la, o que nós não podemos é fazer isso sem discutir as regras com as centrais sindicais. Portanto, nós vamos apenas pedir a retirada do projeto da pauta até discuti-lo com a categoria”, concluiu.
Vânia Rodrigues