O deputado federal Leo de Brito (PT-AC) apresentou requerimento de informações na Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (3), em que solicita informações ao ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, pasta que abriga atualmente a Secretaria de Cultura, sobre o incêndio no depósito da Cinemateca Brasileira, ocorrido no dia 29 de julho. A proposição foi aprovada pelos membros da Comissão.
De acordo com relatos de ativistas culturais, o risco desse incêndio já era previsto, dado o abandono da instituição, que é a mais antiga da América Latina na área de cinema. O cineasta Carlos Augusto Kalil disse: “não foi uma fatalidade. Perdemos 60 anos de história”. “Nossa memória está sendo apagada e isso é um projeto do atual governo, que quer desfazer a indústria cultural”, afirmou a cineasta Laís Bodansky. “Isto está acontecendo por causa de um governo que pensa que a terra é plana”, declarou a filha de Glauber Rocha, Paloma Rocha. “Foi um crime”, resumiu o cineasta Walter Salles Jr.
Responsabilização
“O que aconteceu é muito grave, um crime, os culpados precisam ser responsabilizados. A importância do setor audiovisual para a preservação da memória e do patrimônio cultural do Brasil foi ignorada, visto que o governo federal não renovou o contrato de gestão da Cinemateca Brasileira que o extinto Ministério da Cultura mantinha com a Associação de Comunicação Educativa Roquette Pinto.
Precisamos saber se houve alguma medida de prevenção desse incêndio, se será nomeada alguma equipe técnica para levantamento dos danos e perdas causados pelas chamas e quais providências serão tomadas a partir de agora para a proteção desses acervos cinematográficos do país”, indagou o deputado no requerimento.
Assessoria de Comunicação