A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) da Câmara deve apreciar nesta quarta-feira (24) requerimento do deputado Leo de Brito (PT-AC), que pede a convocação do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, para explicar reuniões articuladas junto à pasta pelo filho mais novo do presidente Jair Bolsonaro, Jair Renan, em conjunto com empresários. O pedido cita que o Ministério Público Federal (MPF) já apura possível crime de tráfico de influência do filho do presidente para beneficiar a empresa Gramazini, Granitos e Mármores Thomazini.
Segundo informações do jornal O Globo, Jair Renan teria recebido um carro elétrico avaliado em R$ 90 mil de representantes da empresa e, um mês depois, em outubro do ano passado, representantes da empresa teriam sido recebidos em audiência pelo ministro Rogério Marinho. De acordo com o jornal, o filho “04” de Bolsonaro também teria participado do encontro.
“Considerando tratar-se de assunto de extrema importância em âmbito nacional. Ainda, pela suspeita de crimes no âmbito do governo federal, julgo oportuno esclarecer as notícias apontadas. Para tanto, preliminarmente, entendo oportuno que esta Câmara dos Deputados, solicite a convocação do Ministro do Desenvolvimento Regional”, explica Leo de Brito no requerimento.
Denúncia recorrente
O parlamentar petista informa no requerimento que essa não é a primeira denúncia contra o filho mais novo de Bolsonaro. Leo de Brito cita que, em dezembro do ano passado, o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) entrou com uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitando que o “filho 04” do presidente fosse investigado por eventual crime de tráfico de influência e lavagem de dinheiro.
O pedido do parlamentar teve como base reportagens da revista Veja e do portal UOL sobre a atuação de Jair Renan. Dentre os fatos narrados, existe um em que o jovem levou para uma reunião no Ministério do Desenvolvimento Regional um empresário do Espírito Santo, após intermediação de um assessor do Palácio do Planalto.
Outro episódio citado nas reportagens é a intermediação do filho mais novo de Bolsonaro, junto ao governo, para a redução do Imposto sobre Produtos industrializados (IPI) para o setor de videogames. A isenção aconteceu e deve resultar em uma renúncia fiscal de mais de R$ 80 milhões até 2022.
A reunião da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) está marcada para as 9h.
Héber Carvalho