Leo de Brito desmente discurso otimista de ministro do Meio Ambiente ao comprovar piora na preservação ambiental

Além da Amazônia, Cerrado, a Mata Atlântica também sofre com o desmatamento. Foto: Arquivo Agência Brasil

O deputado Leo de Brito (PT-AC) afirmou durante audiência pública da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara (CFFC) nesta quarta-feira (6), com a presença do ministro do Meio Ambiente, Joaquim Álvaro Pereira Leite, que os dados recentes sobre o desmatamento no Brasil apontam para um cenário ainda pior do que o verificado na época do ex-ministro da pasta Ricardo Salles, conhecido pela famosa frase “passar a boiada” ao ter se referido à flexibilização das regras ambientais do País. Segundo o petista, dados apontam que em abril deste ano (mês de chuva na Amazônia) o desmatamento atingiu o recorde de mais de 1 mil km², com um total de 5.070 km² destruídos apenas nos primeiros quatro meses de 2022.

Foto: Gabriel Paiva

Durante a audiência pública, o ministro apontou um cenário fictício de melhora na preservação do meio ambiente no País ao citar uma série de ações que estariam sendo adotadas pelo governo Bolsonaro. No entanto, o autor do requerimento de convite lembrou que, embora menos midiático do que o ex-ministro Ricardo Salles, o atual titular da pasta tem dado continuidade à política antiambiental adotada desde o início do governo Bolsonaro.

“A gestão Ricardo Salles foi um desastre, portanto, é importante que se mostre que essa política (antiambiental) foi abandonada desde que o senhor assumiu a pasta no último ano. Infelizmente, a sua gestão tem apresentado números ainda piores do que na época de Ricardo Salles”, observou.

Aumento do desmatamento

Além do aumento do desmatamento na Amazônia, e também no Cerrado, Leo de Brito afirmou ainda que a destruição ambiental também se elevou na área da Mata Atlântica. Segundo o petista, dados apontam crescimento de 66% no desmatamento do bioma em relação ao ano passado.

O parlamentar acriano cobrou ainda do ministro uma solução para a redução sistemática de recursos destinados à preservação ambiental das Unidades de Conservação. Como exemplo, ele citou a Reserva Extrativista Chico Mendes, localizada no Acre. Leo de Brito relembrou que, no passado, esta Unidade de Conservação já teve apoio para dar oportunidades econômicas às famílias que vivem na floresta, evitando assim práticas de ações como o desmatamento.

Na defesa do governo Bolsonaro, Joaquim Álvaro Pereira Leite disse que o atual governo tem reponsabilidade com a preservação ambiental e enumerou uma série de supostas ações que estariam sendo desenvolvidas para reduzir o desmatamento no País.

Reconhecido pelo perfil discreto, pouco aparecendo em eventos e na mídia, Joaquim Álvaro Pereira Leite assumiu a pasta ambiental em 23 de junho de 2021 e não tem histórico ligado à causa ambiental. Antes de ingressar no Ministério do Meio Ambiente – onde foi auxiliar de Ricardo Salles – no primeiro ano do governo Bolsonaro, Pereira Leite foi conselheiro da Sociedade Rural Brasileira (entre 1996 e 2019), produtor de café e executivo de empresa do ramo farmacêutico.

 

Héber Carvalho

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