O juiz substituto da 3ª Vara Federal do Rio, Vitor Barbosa Valpuesta, aceitou denúncia do Ministério Público Federal sobre pagamento de propina da empresa holandesa SBM Offshore a funcionários da Petrobras durante gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
A denúncia, que teve a decisão publicada no dia 13 de janeiro, abrange o período entre 1999 e 2012. São réus da ação penal os ex-fúncionários da Petrobras Jorge Zelada, Renato Duque, Pedro Barusco e Paulo Roberto Buarque Carneiro, além dos ex-representantes da SBM no Brasil Julio Faerman e Luis Eduardo Campos Barbosa.
Apesar da negativa dos tucanos, as denúncias sobre corrupção na Petrobras durante a gestão FHC já foram feitas por diversos delatores da Operação Lava Jato.
De acordo com Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras e delator da Operação Lava Jato, a venda da petrolífera Pérez Companc resultou em propina no valor de US$ 100 milhões ao governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Segundo ele, a transação aconteceu em 2002, quando a Petrobras comprou 58,2% das ações da Pérez Companc e 47,1% da Fundação Pérez Companc. A estatal brasileira pagou, na época, US$ 1,027 bilhão pela petrolífera.
Além disso, notícia divulgada em novembro do ano passado apontou que a Polícia Federal encontrou indícios de desvios de finalidade ou ocultação de origem em pagamentos feitos pela empresas Odebrecht e Braskem ao Instituto Fernando Henrique Cardoso (iFHC). As investigações também ocorrem no âmbito da Operação Lava Jato.
Os laudos da PF apontam o recebimento de R$ 975 mil da Odebrecht pelo iFHC. Os pagamentos teriam sido realizados entre novembro de 2011 e dezembro de 2012.
O ex-gerente de Engenharia da Petrobras, Pedro Barusco Filho, também fez referência ao período FHC durante depoimento à Polícia Federal ao afirmar ter conhecimento do esquema de pagamento de propina antes de 1997.
Da Redação da Agência PT de Notícias