O deputado federal Joseildo Ramos (PT-BA) denunciou hoje (24) que o governo Jair Bolsonaro e a atual diretoria da Petrobras têm praticado uma política frontalmente contrária aos interesses nacionais com mudanças na gestão da estatal, com ações que incluem a venda a preços irrisórios de ativos, dolarização dos preços dos combustíveis e reorientação na área de atuação. Segundo ele, é grave a ênfase da empresa na exploração e produção de petróleo, abrindo mão da fabricação de derivados de petróleo e gás.
“O Brasil poderá, com essa política, importar tudo e exportar apenas óleo cru, diminuindo as receitas de exportações do País”, disse Joseildo. Ele acusou também a diretoria atual da Petrobras de abrir mão da produção de energia eólica e solar, modalidade limpa e sustentável, “num momento em que todas as petroleiras do mundo investem” nessa área.
Lucros exorbitantes para acionistas
De acordo com Joseildo, a diretoria da Petrobras nomeada por Bolsonaro – assim como a do governo golpista Michel Temer – age apenas de olho “nos interesses do mercado e de acionistas”, deixando a população brasileira à mercê de lucros exorbitantes e das oscilações dos preços do petróleo.
Segundo o parlamentar, um exemplo de política danosa para o povo brasileiro é a dolarização do preço dos combustíveis no País, embora o Brasil seja autossuficiente na produção de petróleo. “Estamos pagando um preço alto pelos combustíveis, que impactam na inflação e nos custos dos alimentos”, denunciou o deputado baiano.
Joseildo recordou que a Petrobras sempre teve um papel estratégico para o desenvolvimento nacional, mas, com a mudança de rumo decretada pelo governo militar conduzido por Bolsonaro, podem-se prever pesados prejuízos para os interesses da sociedade brasileira.
Ações prejudiciais ao Brasil
Ele citou várias medidas prejudiciais ao País que têm sido empreendidas: a venda de ativos a preços vis, criação de monopólios regionais, com a antinacional venda de refinarias a grupos estrangeiros, instabilidade nos preços e no fornecimento de derivados de petróleo, inclusive combustíveis.
“Precarização da segurança dos trabalhadores e das relações trabalhistas, risco ambiental maior, queda da arrecadação de impostos e também a exploração de petróleo e gás sem levar em conta os interesses estratégicos da soberania nacional”, acrescentou o deputado.
Ele criticou duramente a venda da refinaria Landulpho Alves (Rlam), na Bahia, para o Grupo Mubadala – fundo financeiro de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes – pelo valor de US$ 1,6 bilhão. Segundo ele, a refinaria responde por 1/5 da arrecadação de ICMS da Bahia e teve papel central no desenvolvimento do estado e de todo o Nordeste, inclusive estimulando a criação do Polo Petroquímico de Camaçari, nos anos 70.
Essa é uma das oito refinarias da Petrobras em processo de “desinvestimento”, eufemismo adotado pela direção da estatal para a palavra privatização.
“Sairá muito caro para a sociedade brasileira o esquartejamento da Petrobras”, alertou Joseildo, frisando o papel estratégico da empresa para a economia do País, em especial o Nordeste.
Redação PT na Câmara