O deputado federal Jorge Solla (PT-BA) acusou hoje (16) o presidente neofascista Jair Bolsonaro de praticar uma “política genocida” contra o povo brasileiro, sendo diretamente responsável pelo alarmante número de pessoas mortas por Covid-19 no País. “O Brasil possui 3% da população mundial, mas hoje, tragicamente, a cada 100 pessoas que morrem de covid no planeta, 22 são brasileiros”, afirmou.
Com as 2.798 mortes nas últimas 24 horas, o Brasil já totaliza 282.400 vítimas fatais da doença, computando 11.594.204 casos de contaminação. “E o fosso que separa o Brasil da média mundial de mortes diárias, infelizmente, só cresce”, disse Solla, lembrando que o planeta começa a vencer a pandemia, com todos os países reduzindo o número de mortos e infectados com isolamento social e vacinação em massa, menos no Brasil.
Ele pediu a cooperação internacional para o Brasil sair do atoleiro sanitário em que se encontra. “O genocídio brasileiro não é um problema só nosso. Se a humanidade não cooperar globalmente e se fechar em tribos nacionais ou regionais, nós não teremos o fim dessa crise. Não adianta fechar fronteiras e achar que a nossa vida vale menos, que isso é problema nosso. O vírus vai circular”, disse, conclamando outros países a cooperar com o Brasil com vacinas. “Não queremos doações, vamos pagar por todas elas. Mas é prioridade que ela chegue logo”.
Governo genocida
“Se não mudarmos a política radicalmente, vamos chegar a meio milhão ou mais de mortos”. Solla, que é médico, observou que se o governo Bolsonaro não fosse negacionista e nem desprezasse a vida das pessoas, pelo menos 200 mil mortes por Covid teriam sido evitadas.
“Três em cada quatro brasileiros que morreram por coronavírus foram vítimas da política genocida do governo Bolsonaro. Morreram porque foram estimulados pelo presidente a se expor ao vírus, para buscar uma estúpida e ineficaz imunidade de rebanho, estratégia que só agravou a tragédia brasileira, nos fez celeiro de variantes mais agressivas e nos tornou ameaça global de saúde”, afirmou Solla.
Segundo ele, a estratégia de Bolsonaro e de seus ministros foi “estúpida”, supostamente para preservar a economia – “como se fosse eticamente possível fazer essa escolha” –, mas acabou prejudicando mais ainda o quadro econômico.
“Já estamos assistindo aos principais países do planeta retomar um nível de normalidade devido ao controle da pandemia, enquanto nós vamos sangrar por todo o ano de 2021. Parece absurdo ter que falar isso, mas não existe economia que se desenvolva em meio a um genocídio”, comentou o parlamentar.
Vacina para todos
Ele observou que o Brasil não conta com vacinas por absoluta incompetência e insensibilidade do governo Bolsonaro, além de não haver medidas práticas – como o isolamento social – justamente pela “desobediência civil” estimulada pelo capitão-presidente.
Sobre o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o deputado sublinhou que se trata de mais um “pau mandado”. Disse que sai “um pau mandado com estrela no ombro, entra um pau mandado com CRM. Sai o ministro milico, ficam as dezenas de milicos espalhados em cargos de chefia nas diretorias, superintendências, agências e coordenações do Ministério da Saúde, todos subalternos aos caprichos do presidente” da República.
Solla fez um histórico das medidas que não foram tomadas – como o estímulo ao uso de máscaras de proteção facial – e lembrou que o governo Bolsonaro deixou de adquirir equipamentos de proteção para profissionais da área de saúde, exames diagnósticos e respiradores, “deixando faltar até mesmo anestésicos e oxigênio nas UTIs pelo país”.
Deboche do luto
Afora isso, lembrou, Bolsonaro debochou “do choro das famílias enlutadas”, participou e estimulou aglomerações e ainda “vendeu a ilusão de tratamentos com remédios que não funcionam”.
“A política de saúde que o novo ministro disse que será mantida é a política de omissão do Ministério da Saúde”, alertou o deputado baiano. “Essa política, sem dúvidas, vai levar (general Eduardo) Pazuello para a cadeia e deveria levar Bolsonaro ao impeachment. Esse é um alerta, Queiroga: mantenha essa política e você vai pagar caro, porque isso não é política, isso é crime.”
O deputado também criticou o governo por reduzir o auxílio emergencial a valores que vão de 175 reais a 350 reais, ante os 600 reais que o PT defendia, como no ano passado. “O auxílio emergencial de 600 reais garantiu dignidade ao povo brasileiro em 2020, reduziu a fome e a extrema pobreza”, disse Jorge Solla, lembrando que o valor foi aprovado pelo Congresso Nacional.
Solla disse que a dívida líquida brasileira versus Produto Interno Bruto não foi modificada por conta do auxílio. A estimativa do BC era de que ficaria em 68% sem o auxílio. Com o auxílio ficou em 70% do PIB. “O auxílio aumentou a dívida pública, mas evitou uma queda de 5% no PIB, que sem o auxílio cairia 10%”, assinalou.
“Ou seja, o auxílio emergencial garantiu atividade econômica, manteve um nível de empregos e se pagou. Ele não onera o Estado. Isso deveria ser argumento suficiente para que tivéssemos mantido o auxílio em 2021 no mesmo patamar de 2020, com 280 bilhões de reais”, observou.
Redação PT na Câmara