O deputado federal Jorge Solla (PT-BA) protocolou, nessa segunda-feira (5), um requerimento para convidar o empresário Tony Garcia a esclarecer o uso da Justiça pelo ex-juiz, hoje senador, Sergio Moro, para perseguir desafetos no comando da Lava Jato.
O convite é para que Garcia compareça à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) da Câmara dos Deputados, ocasião em que poderá explicar como era obrigado por Moro, junto com procuradores da força-tarefa, a fazer escutas ilegais contra suspeitos.
“Não que seja uma surpresa a atuação inescrupulosa de parte da força-tarefa para perseguir desafetos políticos, sobretudo do PT, mas Garcia fez revelações graves que dão mais uma amostra da promiscuidade jurídica na Lava Jato, que precisa ser investigada”, diz Solla.
Coação praticada por Moro
O parlamentar se refere à entrevista concedida pelo empresário ao portal 247, na qual acusou tanto Moro quanto os procuradores de o coagir a mentir contra detratores do ex-juiz, sob argumento de que a colaboração atenuaria as acusações que pesavam sobre ele.
A relação de Garcia com Moro se iniciou em 2004, quando firmou um acordo de delação premiada, que foi homologado pelo ex-juiz no caso Banestado, após o empresário ter sido acusado de gestão fraudulenta do Consórcio Nacional Garibaldi.
Fraudes e mentiras
A colaboração foi suspensa em 2018, depois que o empresário não chegou a um acordo para que a Justiça Federal de Curitiba atuasse para atenuar as acusações sobre outro caso em que era suspeito de compor um esquema de fraudes no governo de Beto Richa (PSDB-PR).
“O curioso é que os que agora negam a veracidade das declarações de Garcia, outrora se valiam das informações obtidas por ele, por meios ilegais, para alcançarem um objetivo político claro com uso da estrutura pública da Justiça brasileira”, condena Solla.
Assessoria de Comunicação deputado Jorge Solla