O deputado Jorge Solla (PT-BA) cobrou em plenário, nesta quarta-feira (13), punição para o coordenador da Lava Jato, procurador Deltan Dallagnol, que recentemente anunciou a criação de uma Fundação Privada para administrar R$ 1,250 bilhão em multas pagas pela Petrobras por conta de desvios na estatal. “O Brasil inteiro quer saber: Como o Dallagnol vai passar impune depois do escândalo que ele cometeu?”.
Jorge Solla enfatizou que Dallagnol tentou aplicar o maior golpe da história da República do País. “Um golpe de R$ 2,5 bilhões e mais um golpe, porque além de ele querer levar R$ 2,5 bilhões, ilegalmente, ele praticou crime de lesa-pátria, traição à Nação brasileira, entregando patrimônio, entregando informações sigilosas da Petrobras”. Isso porque a fundação apelidada de “Fundação Lava Jato” é resultado de um misterioso acordo firmado entre a Força-Tarefa da Lava Jato com o governo dos Estados Unidos e a Petrobras.
Depois da repercussão negativa do caso, da defesa do ex-presidente Lula ter pedido acesso aos documentos sobre o acordo e do PT e outros partidos de esquerda acionarem a Justiça contra acordo, o Ministério Público do Paraná recuou e suspendeu a criação da Fundação. Mas para o deputado Solla, Dallagnol cometeu crime. “O crime cometido não precisa dar certo para virar crime. Na verdade, os que viram réus é porque o crime deu errado. E o dele deu errado, porque a Procuradoria-Geral da República está denunciando Dallagnol, que fraudou informações”, frisou.
Apesar de o fundo ter sido suspenso, o dinheiro público ainda não foi devolvido à estatal e ficará depositado em uma conta vinculada a 13ª Vara Federal de Curitiba, onde Sérgio Moro atuava até assumir o cargo de ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PSL).
O acordo
Para não sofrer processo judicial nos Estados Unidos, a Petrobras firmou acordo com o Departamento de Justiça Norte-Americano, em setembro do ano passado, para pagar R$ 3,5 bilhões em multas. Desse montante, 80% (R$ 2,5 bilhões) seriam destinados a 13ª Vara Federal de Curitiba, que comanda o processo da Lava Jato. Porém, metade desse valor (R$ 1,250 bilhão) iria para uma fundação de direito privado comandada pelos procuradores da Lava Jato. A pretensa “fundação”, segundo integrantes da Lava Jato, teria como objetivo “combater a corrupção”.
Vânia Rodrigues