Jorge Solla cobra continuidade na identificação de desaparecidos políticos durante a ditadura

A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, participou de audiência pública nesta quarta-feira (23), na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, para esclarecer sobre os trabalhos de identificação das ossadas encontradas em uma vala clandestina no Cemitério de Perus (Cemitério Dom Bosco), na cidade de São Paulo. Parte dessas ossadas pertence a desaparecidos políticos mortos durante a ditadura militar de 1964 no Brasil.

A audiência também teve como objetivo dar maior transparência aos gastos do trabalho de identificação dos mortos e desaparecidos. Os exames de DNA vêm sendo feito por um grupo vinculado à Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, do Ministério da Mulher, em parceria com a Prefeitura de São Paulo e a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Para o deputado Jorge Solla (PT-BA), se houve alguma irregularidade ou qualquer desvio de finalidade com os recursos é preciso apurar e cobrar, caso seja constatado, exigir a devolução dos recursos. Mas alertou que isso não invalida a importância do trabalho.

“Isso não invalida a importância do assunto nem a importância do trabalho, não invalida a dimensão do problema. Até onde eu sei, é o maior achado de restos mortais de vítimas da ditadura militar nesse País. Vou repetir, é o maior achado de restos mortais que estavam enterrados clandestinamente, sem identificação. Os crimes cometidos pela ditadura militar não podem ser apagados da memória desse País”, afirmou o parlamentar.

A maior preocupação de Solla é a de que esse trabalho seja interrompido. Ele pediu que a ministra dê prioridade ao tema, faça as correções que julgar convenientes e necessárias, mas que não postergue, não pare, não suspenda e dê continuidade a esse trabalho. “É um trabalho técnico que precisa ser continuado e que esperamos que o mais breve possível possamos estar levando a sociedade e, especialmente, aos familiares essa retratação com a identificação dos restos mortais de vítimas dos crimes, dos assassinatos que a ditadura militar causou a nossa população”

“Quem apaga os crimes da história, da memória, corre grande risco de vê-los novamente repetidos. A melhor vacina contra esses absurdos é a população conhecer, tomar conhecimento e saber que eles foram investigados, denunciados, apurados, combatidos. Essa é a melhor vacina”, reforçou.

A ministra Damares se comprometeu a dar continuidade ao trabalho e a terminar as investigações em respeito aos mortos.

 

Lorena Vale

Foto: Lula Marques

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