João Daniel: Um golpe que vai destruindo o Brasil

Deputado João Daniel. Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

Neste 31 de agosto, completam-se cinco anos do maior crime contra a República brasileira em tempo de democracia. Foi um jogo de cartas marcadas que começou dois anos antes, quando o candidato derrotado num pleito inteiramente legal quis levantar suspeitas sobre o resultado das urnas.

A presidenta Dilma Rousseff começava, na época, o seu segundo mandato e o quarto consecutivo do Partido dos Trabalhadores. Vivíamos um período de estabilidade econômica, com uma taxa de desocupação de 4,8%, segundo a Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (PNAD). Mas isso não interessava àqueles que sempre tiveram lucros usando o Estado brasileiro, sem preocupação com questões como a inclusão e justiça social.

Nossos governos tinham levado o Brasil ao pleno emprego, o litro da gasolina custava R$ 2,80, o gás de cozinha R$ 40 e o salário mínimo subia acima da inflação. Talvez fosse demais para eles. Era preciso romper com essa atmosfera de bonança, caso contrário os pobres iriam cada vez mais para as universidades, concorrendo com os filhos dos ricos, a população iria ocupar empregos qualificados, viajar de avião e até ter um carro.

Era preciso dar um basta e o golpe em Dilma se fez, assumindo o golpista Michel Temer que, seguindo as normas de Washington, impôs o mais duro golpe nas políticas públicas, com uma medida duríssima de ajuste fiscal, a PEC 241, com congelamentos de gastos por 20 anos, no maior assalto aos direitos sociais do nosso povo, rasgando a nossa Constituição.

Seguiram-se as medidas encomendadas e a implantação de mentiras de que, com a reformas trabalhista e previdenciária, a economia iria deslanchar. Mas o pior estaria por vir. A elite precisava completar a sua obra e isso passaria por não permitir que Luiz Inácio Lula da Silva fosse novamente presidente da República. Era necessário criar uma grande indisposição junto ao povo contra aquele que foi o maior presidente que o país já teve. Era preciso inventar mentiras para condená-lo.

Disso cuidou a máfia de Curitiba, com a tal “Operação Lava Jato”, que tratou de criar um cenário de fim do mundo, com parte da mídia fascista fazendo uma campanha massiva de criminalização de Lula e o “juizeco” tratou de tirá-lo do pleito. Tinham mais uma tarefa, encontrar um candidato que representasse os interesses do capital especulativo e que fosse capaz de vestir a “máscara” do antipetismo. A facada cuidou disso. E aí foi a “sopa no mel”.

Engoliram Bolsonaro que, no fim, concorreu com o professor Fernando Haddad e usou da estratégia de se esconder, por não ter a menor condição de enfrentá-lo. Foi assim o que todos viram acontecer e muitos contribuíram para a tragédia.

Cinco anos depois, tudo piorou. Desemprego em massa, caíram as taxas de investimento público e estrangeiro, o preço dos alimentos disparou, o salário mínimo foi achatado, a fome ressurgiu no Brasil. Temos hoje 14,2 milhões de desempregados e 32 milhões de pessoas no subemprego.

O Brasil voltou novo ao Mapa da Fome, com mais de 100 milhões de pessoas subalimentadas. O número de miseráveis saltou, em seis meses, passando de 9 milhões para 27 milhões de pessoas. A onda privatista de Bolsonaro e Paulo Guedes vai entregando nosso patrimônio, e a saúde da população, nas mãos de uma quadrilha, conforme tem constatado a CPI da Covid, em meio a uma pandemia que, descontrolada, já levou à morte quase 580 mil irmãos e irmãs brasileiros. Foram embora pessoas que poderiam ter sido salvas e se viu aumentar o quadro de órfãos, viúvas e viúvos que ficaram, grande parte, sem sustento.

O Brasil que, com Lula, foi a 6ª economia do mundo, hoje está amargando a 21ª posição, em 50 países, conforme a Consultoria Austin Rating. A carne deixou de ser alimento para mais de 40% das pessoas e o quadro de miséria já atingiu 20 milhões de pessoas. Os jovens estão sem esperanças. E este é um grande problema que temos que resolver. A educação não é prioridade, a saúde não é prioridade, a fome virou paisagem.

O Brasil não aguenta mais. Fora Bolsonaro!

O golpe vai destruindo o Brasil, mas a luta continua e vamos trabalhar na sua reconstrução e transformação.

João Daniel é deputado federal e presidente estadual do PT-SE

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