Chegamos a uma situação nunca pensada no Brasil: morrer por falta de oxigênio! O país, chamado “pulmão do mundo”, por conta da Amazônia, que infelizmente vem sendo devastada, chega hoje a esse ponto.
O país que se desenvolvia e que, em 2014, atingiu a taxa de desemprego de 4,8%, a menor da história, o chamado pleno emprego, vê hoje essa taxa chegar a 14,2%, com um contingente de 20 milhões de desempregados e subempregados, em meio a uma pandemia que contaminou 13 milhões e já matou mais de 330 mil pessoas, com famílias destroçadas, milhares de órfãos, em uma crônica de mortes anunciada, desprezada sistematicamente pelo presidente, que sempre desqualificou as recomendações científicas, levando ao colapso toda a rede hospitalar e, agora, ao esgotamento da capacidade de sepultamento das vítimas.
Um governo que centrou suas ações na defesa das grandes empresas e bancos, concedendo para quem ficou sem trabalho, por conta do isolamento social, um auxílio emergencial de R$ 600 a R$ 1.200, após uma luta no Congresso, que depois foi reduzido para R$ 300, e cortado desde dezembro, voltando agora a ser pago a um número muito menor de pessoas e com um valor que varia de R$ 150 a R$ 375.
Com esse descaso, a tendência é piorar, com a vacinação sem coordenação nacional e sem perspectiva de massificação, a falta de apoio aos estados e municípios para a manutenção do isolamento social, e um presidente a dizer que “quando sentirem fome as pessoas irão para as ruas”, zombando dos doentes e da doença, um genocida que já deveria ter sido levado a um Tribunal Internacional de Direitos Humanos, dado o alcance mundial de ameaças que o Brasil representa nessa pandemia.
E por que chegamos a isso? Interesses políticos e econômicos que levaram a elite brasileira a buscar formas de tirar o Partido dos Trabalhadores da condução política do país, primeiro derrubando a presidenta Dilma Rousseff, depois se valendo da Operação Lava Jato e da Força Tarefa de Curitiba, para a perseguição a Lula, no caso mais escandaloso de parcialidade de um magistrado, que forjou provas, juntamente com membros do Ministério Público, com o intuito claro de tirar o ex-presidente da disputa eleitoral, mudando o rumo da nossa história. Coisa que agora se tornou clara com a condenação do ex-juiz Sérgio Moro pela sua parcialidade e interesse político na condenação de Lula e que teve como resultado efeitos nefastos na economia brasileira, promovendo perdas de investimento potencial de 172,2 bilhões e o desemprego de 4,4 milhões pessoas e uma perda de 3,6% no Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
A pandemia escancarou os nossos problemas, deixando claro que quem produz riqueza é o trabalhador e a trabalhadora e destacando como são as prioridades. Com Lula e Dilma, o Sistema Único de Saúde (SUS) recebeu investimentos 86% acima da inflação, passando dos R$ 64,8 bilhões investidos em 2003 para R$ 120,4 bilhões em 2016. Hoje, o orçamento proposto foi de R$ 118,3 bilhões para todas as ações de saúde.
Agora é lutar pela transformação e reconstrução do Brasil, com vacinação imediata de toda população, auxílio emergencial de R$ 600, recuperação dos empregos e superação das desigualdades que, no tempo de Lula, tirou o Brasil do Mapa da Fome. Trabalhar pelo incentivo à agricultura familiar e a produção de alimentos saudáveis e pela retomada do Brasil para a situação de liderança mundial nos programas de inclusão social e seu papel de líder no âmbito da América Latina, coisa que perdemos desde 2016.
Isso passa pelo compromisso de todos e todas com os destinos da Nação, com justiça e igualdade.
João Daniel é deputado federal (PT-SE) e presidente do Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores em Sergipe