João Daniel afirma que crime organizado domina parte da Amazônia e cobra elucidação do caso Bruno Pereira e Dom Philips

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O presidente da Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e Amazônia (Cindra), deputado João Daniel (PT-SE), afirmou em nota pública, divulgada nesta segunda-feira (13), que o crime organizado comanda parte da Amazônia, graças a omissão do governo Bolsonaro na fiscalização e repressão de atividades ilícitas na região, e que essa atitude tem ameaçado a integridade de Territórios Indígenas e a vida dos povos que habitam a floresta e de seus defensores.

O parlamentar lembrou ainda que desde a semana passada o colegiado tem denunciado o desaparecimento do indigenista Bruno Araújo e do jornalista Dom Phillips. Ele ressaltou que a Cindra também enviou oficio ao ministério da Justiça cobrando agilidade nas investigações visando a elucidação completa do caso.

Leia abaixo a íntegra da Nota Pública:

NOTA PÚBLICA

O crime organizado comanda parte da Amazônia

Quando o presidente Bolsonaro disse que o indigenista Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips “estavam envolvidos em uma aventura perigosa” desconsiderou o trabalho dos dois profissionais e deixou claro de como a região Amazônica em que eles estavam é submetida ao crime organizado, portanto bastante perigosa.

A região do desaparecimento é reconhecidamente uma área de conflitos graves, que envolvem madeireiros, pescadores ilegais e o narcotráfico internacional, que atuam de forma permanente, diante da incapacidade e omissão dos órgãos responsáveis pela fiscalização e proteção dos territórios indígenas e de toda a Amazônia, desmontada, que vem sendo, desde o início deste governo, que tem deixado clara a falta de prioridade com relação ao meio ambiente e aos povos indígenas, quando se vê uma inação com a questão e, ao contrário, um incentivo grande às atividades de garimpo e o desmantelamento dos órgãos responsáveis pela fiscalização facilitando a ação dos criminosos na Amazônia, na medida em que o governo abandona a população à própria sorte e os indígenas submetidos a uma violência cada vez mais crescente.

O Bioma Amazônico corresponde a mais de 40% do território nacional e reúne a maior parte da população indígena do Brasil. São cerca de 440 mil indígenas, distribuídos por mais de 180 povos, além de vários grupos isolados vivendo no bioma, numa área de 110 milhões de hectares.

Na sexta-feira passada (10) distribuímos, como presidente da Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e Amazônia, uma Nota em que denunciamos o desaparecimento do indigenista Bruno Araújo e do jornalista Dom Phillips, desde o dia 05 de junho de 2022, quando viajavam entre as comunidades de São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte, no rio Itaquaí, afluente do rio Javari, no Estado do Amazonas.

Sobre o assunto, havíamos enviado em 07 de junho de 2022, ofício ao Ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, quando cobramos providências imediatas daquela pasta, dada a pouca atenção que vem sendo dada às denúncias de ameaças de violência contra os povos indígenas e as populações vulneráveis da Amazônia.

Informes da imprensa, não confirmados pela Polícia Federal, indicam que os corpos de Bruno Pereira e de Dom Phillips foram encontrados, o que exige um novo modo de gestão para a Amazônia, com uma nova visão de desenvolvimento sustentável e respeito aos direitos de toda a população da Região, o que acreditamos que só acontecerá com o fim desse governo.

Nos somamos as preocupações e as esperanças de todos os familiares, amigos e de todas as entidades que vêm acompanhando o caso e exigimos das autoridades a maior transparência nos informes sobre o caso.

 

Deputado federal João Daniel (PT-SE) é presidente da Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e Amazônia – Cindra

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