O deputado Patrus Ananias (PT-MG) afirmou nesta sexta-feira (13) que o aumento da pobreza e da miséria verificada no País ocorre por conta da insensibilidade social do governo Bolsonaro. Segundo ele, a situação vem se agravando devido à redução do auxílio emergencial de R$ 600 para R$ 300, que já pode ser sentida em todo o País com o crescimento no número de pessoas em situação de rua ou com dificuldade de se alimentar adequadamente.
Estudo do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), ligado à Fundação Getúlio Vargas (FGV), aponta que a pobreza no País aumentou em setembro, mês que passou a vigorar a redução pela metade do auxílio emergencial. Segundo o Ibre, o número de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza atingiu 41,1 milhões de pessoas no mês. Em agosto, quando o auxílio ainda era de R$ 600, o total de pessoas nessa situação era de 38,9 milhões de pessoas. Segundo critério do Banco Mundial, pessoas que vivem abaixo da linha da miséria tem renda inferior a US$ 5,50 por dia.
“Vejo essa situação com enorme tristeza e com uma dor profunda no coração. Aqui em Belo Horizonte, onde estou, posso constatar que a cada dia aumenta o número de pessoas em situação de rua, sem ter o que comer e pessoas desempregadas. E essa situação está se agravando a cada dia com a redução do auxílio emergencial e pode piorar ainda mais com o fim desse benefício a partir de janeiro do próximo ano”, alertou Patrus.
O parlamentar afirmou ainda que essa possibilidade não sensibiliza o governo Bolsonaro. Como prova, Patrus lembrou que o ministro da Economia (Paulo Guedes) declarou recentemente que o fim do auxílio emergencial pode ajudar no combate à inflação, atribuindo assim aos mais pobres a culpa pela alta nos preços verificados especialmente sobre os alimentos.
“Se tivéssemos um governo decente, o que infelizmente não temos, ele estaria preocupado com a preservação da vida. Porém, temos um ministro da Economia e um presidente da República que, além de não ter sensibilidade social e compaixão pelos mais pobres, defendem apenas os interesses do grande capital”, criticou Patrus.
A Bancada do PT sempre defendeu o pagamento do auxílio emergencial no valor de R$ 600 até o final do período de calamidade pública decretado pelo próprio governo por causa da pandemia da Covid-19, em 31 de dezembro deste ano. A partir de janeiro, o atual auxílio emergencial de R$ 300 também deixará de ser pago pelo governo federal.
Héber Carvalho
Foto: Gustavo Bezerra/Arquivo