“A nomeação de Alexandre Ramagem, amigo da família presidencial, para diretoria-geral da Polícia Federal (PF), é o passo mais largo que Jair Bolsonaro deu na tentativa de transformar – e em parte, infelizmente, já fez isso – a PF em uma polícia política, uma polícia partidarizada. Com este ato, ele leva seu plano às últimas consequências”. A afirmação é do deputado federal Henrique Fontana (PT-RS) que, ao lado de Marcelo Freixo, Fernanda Melchionna e de outros parlamentares, ingressou, nessa terça-feira (28), com ação popular na 13ª Vara da Justiça Federal para anular a nomeação de Ramagem, por desvio de finalidade e violação às normas da Constituição.
Fontana alerta que a escolha de Bolsonaro por um amigo íntimo da família para comandar a PF ocorre quando está em curso uma investigação no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o funcionamento de uma rede de fake news, apelidada de ‘gabinete do ódio’, pois tem como objetivo atacar e destruir a imagem de pessoas e instituições que discordem do governo, e que teria a intensa participação de seus filhos, em especial do vereador Carlos Bolsonaro. O segundo motivo que deixa evidente o desvio de finalidade na escolha de Ramagem, segundo Fontana, são as investigações das relações da família Bolsonaro com as milícias. “Onde está Queiroz? Como funcionava a rachadinha no gabinete do outro filho, o Flavio? O presidente está claramente tentando asfixiar essas investigações”, afirma. Fontana salienta que a ação popular visa anular a nomeação do diretor-geral da PF e proteger as investigações que envolvem a família Bolsonaro, além de preservar a Polícia Federal deste movimento de partidarização para transformá-la em uma polícia política.
Na opinião do deputado, a conclusão dessas investigações pode ser o primeiro grande passo para dar solidez a um pedido de impeachment e afastamento de Jair Bolsonaro da Presidência.
Assessoria de Comunicação