“Lembremos aqui que o presidente Bolsonaro repete inúmeras vezes em suas falas, em seus discursos, a intolerância e o ódio contra os seus adversários. Aqueles que pensam diferente de Bolsonaro, na visão dele, deveriam ser eliminados.”
O deputado federal Henrique Fontana (PT-RS) acusou o presidente Jair Bolsonaro de promover a cultura de violência e intolerância que começa a se agravar com a proximidade das eleições, em seu discurso no plenário da Câmara dos Deputados, na quinta-feira (14).
Para o parlamentar, Bolsonaro promove uma “guerra cultural” impulsionada pela estrutura montada como máquina de propaganda no âmbito da Presidência da República para atuar nas redes sociais. “O ‘gabinete do ódio’ — é preciso que se diga desta tribuna — é comandado por Bolsonaro e pelos seus filhos. Bolsonaro trabalha através do ‘gabinete do ódio’ para construir narrativas que levam à sociedade o discurso da intolerância e do ódio”.
Guerra cultural
O objetivo da “guerra cultural”, segundo Fontana, é transformar o real significado da política como exercício do diálogo entre pessoas que pensam diferente para a construção de acordos, para um ambiente de guerra na cabeça dos seus seguidores.
“O conceito que ele usa é que o adversário político deve ser transformado em inimigo para ser eliminado. Por isso, quando ele usa tribunas em campanha, quando usa suas falas como Presidente incita a violência contra aqueles que pensam diferente”, disse o deputado referindo-se à célebre frase ‘vamos metralhar a petralhada aqui do Acre’, em 1º de setembro de 2018, durante campanha presidencial. Alguns dias depois, em 8 de outubro, o mestre de capoeira Moa do Katendê, de 63 anos, era assassinado em Salvador por um eleitor de Jair Bolsonaro, ao dizer que apoiava o então candidato Fernando Haddad (PT).
“Nós temos que combater essa rede de ódio e intolerância. O assassinato de Marcelo Arruda, que aconteceu no último domingo em Foz do Iguaçu, tem sim responsabilidade clara na ação do presidente da República. O presidente Bolsonaro é corresponsável por aquele assassinato porque ele trabalha dia e noite instigando o ódio e a intolerância na política”, afirmou Fontana.
Resgate do diálogo
Para o parlamentar, o Brasil precisa resgatar de forma urgente o diálogo como prática essencial da política para instaurar a normalidade democrática. “A política não é uma guerra, não é um ambiente de violência, ódio, intolerância, mas um exercício democrático onde a defesa de ideias é exposta aos cidadãos brasileiros. E nós, da Oposição, queremos um Brasil em paz, eleições livres, sem ódio, sem violência, e vamos trabalhar incansavelmente para isso”, concluiu.
Assessoria de Comunicação deputado Henrique Fontana