Guimarães anuncia força-tarefa para manutenção dos vetos da presidenta Dilma e alerta para riscos com derrubada

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O líder do governo José Guimarães (PT-CE) alertou nesta terça-feira (29) para a importância de o Congresso Nacional manter os vetos presidenciais a projetos que criam despesas, entre eles o que concede reajustes entre 53% e 78% a servidores do Judiciário. De acordo com o Ministério do Planejamento, se mantido o reajuste será gerada uma despesa de R$ 5,3 bilhões no ano que vem. Em quatro anos, até 2019, o custo total será de R$ 36,2 bilhões. “Derrubar o veto será a derrocada ainda maior da economia. O momento exige um cuidado especial”, afirmou Guimarães,

O alerta do líder do governo foi feito em entrevista à imprensa, logo após a reunião dos líderes da base aliada com os ministros Ricardo Berzoini (Comunicações) e Eliseu Padilha (Aviação Civil), no Palácio do Planalto. Guimarães explicou que a análise dos vetos, prevista para a sessão do Congresso Nacional nesta quarta-feira (30), foi o principal tema da reunião. “Vamos trabalhar duramente para manter os vetos. Manter os vetos passou ser uma questão essencial para o País porque sua derrubada terá forte impacto na política, no mercado, na economia. Qualquer passo em falso de hoje até amanhã que impeça a manutenção dos vetos pode provocar um processo de corrosão da situação econômica do País”, reforçou.

José Guimarães fez questão de lembrar que o impacto econômico dos dois principais vetos, o do reajuste dos servidores do Judiciário e o do projeto de lei que estende para todos os aposentados e pensionistas as regras de reajuste anual do salário mínimo terão impactos de R$ 36 bilhões e R$ 11,5 bilhões. “Já nos livramos de um impacto da ordem de R$ 80 bilhões com a manutenção de vários vetos na última semana, mas é fundamental do ponto de vista político – até por uma questão de justiça – manter o veto do Judiciário”, acrescentou.

Na avaliação do líder do governo, a própria sociedade não pode aceitar um aumento para apenas uma categoria. “É uma injustiça com os servidores dos outros poderes da República. E, além do impacto financeiro nas contas da União, tivemos a informação do efeito cascata para os estados, que para algumas unidades da federação será de milhões”.

José Guimarães anunciou, assim, “uma força-tarefa”. Essa, segundo ele, é a prioridade das prioridades. “O esforço é para manter os vetos e mostrar coesão política da base para garantir a rigidez fiscal”. O líder do governo disse que a partir da manutenção dos vetos serão iniciados os debates sobre o conjunto de medidas do ajuste das contas públicas que foram encaminhadas ao Congresso. “Não terão sucesso nenhum as medidas de ajustes sem a manutenção desses vetos”, reiterou.

Responsabilidade – O líder do governo aproveitou ainda a conversa com os jornalistas para cobrar responsabilidade da oposição com o Brasil. “É necessário que, em uma hora como essa, a oposição diga o que quer para o País. Não dá para ir para a televisão pedir corte de gastos, exigir responsabilidade fiscal e, na hora de votar a matéria aqui, eles se posicionarem contra”, analisou.

Reforma ministerial – O líder disse que a reunião desta terça-feira não tratou da reforma ministerial. “A presidenta Dilma chegou de madrugada dos Estados Unidos. Esse é um assunto que está sob o seu controle. Ela vai anunciar no momento conveniente. O importante é que a reforma atende dois objetivos: a necessidade de cortar gastos e a nova governabilidade”, afirmou.

Vânia Rodrigues

Foto: Gustavo Bezerra
Mais fotos: www.flickr.com/photos/ptnacamara

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