Os petroleiros entraram ontem em seu 16º dia de paralisação, que já é a maior do setor desde a histórica greve de 1995. A categoria reivindica a suspensão imediata da demissão dos 144 trabalhadores da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), que foram convocados a comparecer a hotéis da região de Araucária para assinar a rescisão de seus contratos – uma violação do Acordo Coletivo de Trabalho, segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP).
Em nota distribuída na tarde do último sábado (15), a FUP informou que 20 mil petroleiros, em 118 unidades da Petrobras, estão mobilizados. Entre eles, de 56 plataformas, 11 refinarias, 23 terminais, sete termelétricas, uma usina de biocombustíveis e uma fábrica de fertilizantes, dentre outras, espalhadas em metade do Brasil: Amazonas, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
A Federação também destacou a disposição de buscar uma solução para o impasse. E voltou a reivindicar a suspensão das demissões e o cancelamento da nova tabela de turno, imposta pela gestão aos trabalhadores das unidades operacionais, para o início das negociações.
A presidenta Nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), se pronunciou mais uma vez em defesa do movimento, que tem sido boicotado pelos meios de comunicação tradicionais. “A greve dos petroleiros (as) é um movimento a favor do Brasil, da defesa da Petrobras. Divulga-la, defendê-la é obrigação de quem defende a Soberania e direitos do povo. A grande mídia a esconde. A direção da empresa persegue os grevistas. Temos de denunciar.”
Em artigo publicado no site Conversa Afiada, Gilberto Bercovici, professor titular da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, também defendeu os petroleiros e chamou a atenção para a importância da mobilização. “Essa greve é perigosa porque ela demonstra que os trabalhadores podem lutar de forma organizada em defesa não só dos seus interesses, mas em defesa do Brasil. Essa greve é perigosa porque ela busca conscientizar a população do desmonte que o Estado brasileiro vem sofrendo implacavelmente nos últimos anos, comprometendo o nosso futuro.”
Caminhoneiros
Após a Associação Nacional dos Transportadores Autônomos do Brasil (ANTB) anunciar nesse sábado (15) que a categoria vai aderir e prestar total apoio à greve nacional dos petroleiros, caminhoneiros autônomos da Baixada Santista, em São Paulo, confirmaram paralisação para esta segunda-feira (17).
Em vídeo, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários Autônomos (Sindicam), Alexsandro Viviani, diz que a greve vai durar 24 horas, com início a partir de 0h da segunda e acontecerá no Porto de Santos. Dentre os principais questionamentos da assembleia dos caminhoneiros da Baixada Santista, estão: o piso mínimo de frete, o preço dos combustíveis e a perda de trabalho no Porto.
Viviani também fala no desmonte do Porto de Santos, que enfrentará o corte de oito mil postos de trabalho. “Queremos mostrar para o governo federal que somos unidos aqui e que não vamos permitir a perda de trabalho no Porto”, disse.
Por Agência PT de Notícias
Foto: Divulgação/FUP