Graça Foster discorre sobre papel estratégico da Petrobras para o País

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Foto: Rogério Tomaz Jr.

Em audiência pública que durou quase seis horas, nesta quarta-feira (22), a presidenta da Petrobras, Graça Foster, falou a deputados de quatro comissões da Câmara sobre a situação atual e as perspectivas da empresa para curto, médio e longo prazo. O lucro líquido da Petrobras no primeiro trimestre deste ano, por exemplo, cresceu 72% em relação ao último trimestre de 2012. Segundo Graça Foster, o excelente resultado se deu em razão de vários fatores, como os reajustes nos preços  de diesel e gasolina, em janeiro e março, a maior produção de derivados no parque de refino nacional e as menores despesas operacionais.

Para rebater as críticas da oposição, que tem destacado à perda de valor de mercado da empresa nos anos recentes, devido à crise financeira internacional, a presidenta lembrou que, de 2000 a 2012, a Petrobras aumentou sua produção em 44%, enquanto as quatro maiores petroleiras – Exxon, Chevron, British Petroleum e Shell – reduziram sua produção no mesmo período. Além disso, apenas nos últimos 17 meses, foram descobertas 54 novas áreas para extração de petróleo ou gás natural.

Quanto ao futuro, Graça Foster foi enfática ao falar do que representa o pré-sal para a empresa e para o País. “O pré-sal é uma realidade e é preciso comunicar isso à sociedade. Iremos chegar a 2020 produzindo 5,2 milhões de barris, óleo equivalente  com as áreas que temos hoje”, disse a presidenta.

Primeiro deputado a falar na audiência,  Carlos Zarattini (PT-SP) elogiou a gestão de Graça Foster e destacou a recente captação de recursos no exterior que a empresa realizou, obtendo 11 bilhões de dólares no processo. “Essa captação demonstra a confiança real do mercado na Petrobras”, argumentou Zarattini.

Conteúdo nacional – A exigência de conteúdo nacional – variando de 20% a 65%, dependendo do setor ou do equipamento – nos projetos da empresa foi enaltecida pelo deputado Ronaldo Zulke (PT-RS). “O papel da Petrobras vai além de produzir e vender petróleo, pois deve contribuir com o desenvolvimento do País. A política de conteúdo local é fundamental para que isso aconteça; e que bom que ela está sendo priorizada pela atual gestão”, falou Zulke, que também realçou os investimentos feitos no parque naval do Rio Grande do Sul e de outros estados. Opinião semelhante tem o deputado Vanderlei Siraque (PT-SP), para quem o petróleo extraído no Brasil deve ser integralmente utilizado no País. “Queremos que o petróleo do pré-sal não seja exportado, para que ele seja transformado em outros produtos do setor petroquímico aqui, senão ele vai retornar para cá na forma de plástico”, explicou o parlamentar paulista.

Já o deputado  Fernando Ferro (PT-PE) ressaltou que a Petrobras não pode ser encarada unicamente como uma possibilidade de investimento de mercado. “Quando  se investe na Petrobras, não se pode pensar apenas em ganhos de mercado, em lucros imediatos. Investir na Petrobras é investir numa questão de cidadania, de Estado e de soberania nacional”, pontuou Ferro.

Oposição torce pela crise – Parlamentares do PT contestaram os ataques à Petrobras  e disseram que a oposição torce para que haja uma crise na empresa para usar isso na disputa política.

O deputado Weliton Prado (PT-MG) foi um dos que não poupou críticas aos detratores da empresa e lembrou que ela era muito menor nas gestões tucanas. “Ninguém joga pedras em árvore que dá frutos. A excelência da Petrobras é hoje reconhecida no mundo inteiro, mas se querem comparar, vamos aos números: o seu valor de mercado passou de 15 bilhões de dólares em 2002, no final do governo FHC, para 126 bilhões de dólares. O lucro [líquido anual] passou de 8 bilhões para mais de 21 bilhões de dólares. Os investimentos saltaram de 18 bilhões para mais de 84 bilhões de dólares. Contra  esses números não o que argumentar”, resumiu Prado.

A deputada  Fátima Bezerra (PT-RN) também foi incisiva. “O povo brasileiro resolveu dar outro destino à Petrobras a partir de 2002 e o projeto que queria a sua privatização foi derrotado”, afirmou a representante potiguar.

Ex-funcionário da empresa, o deputado Luiz Alberto (PT-BA), considera que o discurso oposicionista não tem base real.  “Para a oposição, a Petrobras está falimentar, inventaram essa ficção de crise, mas isso não bate com a realidade”, disse Luiz Alberto.

A tentativa de mudança de nome da estatal foi lembrada pela deputada Luci Choinacki (PT-SC). “Eles tinham até vergonha do nome Petrobras e fizeram uma campanha de marketing para mudar para Petrobrax”, recordou a parlamentar.

Pela bancada do PT, também falou na audiência pública o deputado Vicente Cândido(PT-SP), que elogiou a condução de Graça Foster e se disse otimista quanto ao futuro da estatal.

Rogério Tomaz Jr.

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