A deputada Erika Kokay (PT-DF) ocupou a Tribuna da Câmara nesta semana para uma comunicação de Liderança, quando criticou duramente a proposta de reforma da Previdência encaminhada ao Congresso pelo governo ilegítimo de Michel Temer. “Não estamos falando de reforma da Previdência e, sim, da eliminação da Previdência Social. O que se quer fazer no Brasil foi feito no Chile, sob a ditadura. Se acabou com a Previdência Social. E aqui vai se acabar realmente com a Previdência Social porque o Brasil está entregue ao interesse dos rentistas. Vinte e sete mil investidores, entre pessoas jurídicas e pessoas físicas detém quase a metade do orçamento deste País, apenas nos serviços e nos juros da dívida”, reiterou.
De acordo com a parlamentar do PT, os maiores prejudicados serão os trabalhadores mais pobres. “Com essa reforma este governo golpista que impedir os trabalhadores pobres de se aposentarem. Está se destruindo a Previdência Social. Essa reforma abre espaço para a previdência privada, abre espaço para a saúde privada, para quem pode pagar por esses serviços, porque o Estado se esqueletiza para a população de baixa renda”, disse. Erika Kokay denunciou que o relator da PEC 287, da reforma da Previdência, deputado Arthur Maia (PPS-BA), teve como financiadores da campanha eleitoral à Câmara entidades e empresas que são relacionadas com a previdência privada.
A deputada Erika Kokay reafirmou que é uma falácia do governo golpista de Temer dizer que há déficit da Previdência. “Primeiro, porque o déficit é questionável. Nós estamos falando da Previdência, que faz parte da Seguridade Social, na qual nós temos a assistência, nós temos a saúde e temos a Previdência. A Seguridade Social é superavitária. Então, de que déficit estamos falando? E por que o governo não combate a sonegação à própria Previdência? Nós temos quase meio trilhão de reais de sonegação — sonegação atestada pelo próprio governo mas que não se dispõe a tomar medidas para combatê-la”, explicou.
Este governo ilegítimo, acrescentou a deputada Erika Kokay, não tem a menor preocupação com o povo trabalhador deste país. “Este governo golpista prefere ter uma extrema crueldade com os trabalhadores e trabalhadoras, particularmente os trabalhadores de baixa renda, para que trabalhem a vida inteira, contribuindo para a Previdência sem ter o direito de se aposentar. Isso me lembra — e já disse isso alguém — a Lei dos Sexagenários, quando se disse que os escravos, ao completarem 60 anos, seriam libertos. Os escravos não chegavam a 60 anos. Morriam antes disso”, disse.
Erika Kokay lamentou o triste momento por que passa o Brasil. “É isto que nós estamos vivenciando. Entrega do patrimônio, retirada de direitos e estratégias para se proteger das apurações e das operações, particularmente da Lava-Jato, que combatem, enfrentam e investigam a corrupção. O próprio Temer, que nas asas de um golpe contra a Nação e a democracia chegou à Presidência da República, foi citado 43 vezes em delações, e nada falam, se calam, se calam aqueles que vinham aqui dizer que o Brasil precisava ser limpo da corrupção. Este governo e seus aliados estão montados no mais profundo esquema de corrupção, locupletando-se entre si e utilizando o Estado para se protegerem de qualquer apuração, enquanto entregam o País, enquanto rastejam para o capital internacional, enquanto rastejam para o rentismo, enquanto apedrejam o povo brasileiro”, finalizou a parlamentar do PT.
Gizele Benitz
Foto: Crisvano Queiroz/PT na Câmara